À imagem de Deus ou da Barbie? A bela reflexão de um santo sobre o papel da mulher

Barbie/Filme/Divulgação

Em tempos em que a figura da mulher está muito relacionada ao seu papel na sociedade e seu protagonismo não apenas familiar mas (principalmente) profissional, é preciso perguntar: é esta uma visão cristã da alma feminina ou simplesmente secular?

Recentemente, o filme da Barbie tem gerado muita repercussão pela sua temática. A famosa boneca (agora debatendo assuntos ideológicos no mundo real) é então modelo de emancipação ou estaria ela querendo deturpar a real missão da mulher?

São Josemaría Escrivá certa vez falou sobre o papel da mulher na vida familiar, social e profissional e na Igreja. Esta bela reflexão nos ajuda a compreender a mulher segundo o coração de Deus e não segundo os desígnios do mundo.

Família x Trabalho

“Parece-me oportuno não opor estes dois mundos, profissão e família. Da mesma forma que na vida do homem, mas com nuances muito particulares, a família e o lar ocuparão sempre na vida da mulher um lugar central; dedicar-se às tarefas familiares constitui, é evidente, uma grande missão humana e cristã.

Contudo, tal não exclui a possibilidade de se ocupar em outras atividades profissionais – a do lar é igualmente uma delas – nas diversas profissões e trabalhos dignos que existem na sociedade onde se vive.

No plano pessoal, não se pode afirmar unilateralmente que a mulher não deve procurar a sua plenitude senão no seu lar, como se o tempo consagrado à sua família fosse um tempo ‘roubado’ ao desenvolvimento e ao desabrochar da sua personalidade.

A atenção dada à família será sempre para a mulher a sua maior dignidade: desvelando-se pelo seu marido e pelos filhos ou, falando em termos gerais, trabalhando para criar à sua volta um ambiente acolhedor e formador, a mulher cumpre o que há de mais insubstituível na sua missão e, por consequência, ela pode aí aspirar à sua perfeição pessoal.”

A mulher na esfera social

“Como acabei de dizer, isso não se opõe a que ela participe em outras atividades da vida social, mesmo na política, por exemplo. Nestes setores a mulher pode também dar uma contribuição preciosa enquanto pessoa, e sempre com as particularidades da sua condição feminina; e terá aí êxito na medida em que esteja preparada no plano humano e no profissional.

É evidente que quer a família quer a sociedade têm necessidade do seu contributo particular, que é tudo menos secundário.”

Diferentes e complementares

“Desenvolvimento, maturidade, emancipação da mulher, tudo isso não deve significar uma pretensão de igualdade – de uniformidade – em relação ao homem, uma imitação do comportamento masculino. Tal não seria um sucesso mas, bem pelo contrário, um recuo para a mulher: não porque ela valha mais ou menos que o homem mas porque é diferente.

É evidente que se pode falar de igualdade de direitos porque a mulher possui, exatamente ao mesmo nível que o homem, a dignidade de pessoa e de filha de Deus. Mas, a partir desta igualdade fundamental, cada um tem direito a realizar em si mesmo o que lhe é próprio; e neste plano, a palavra emancipação significa a possibilidade real de desenvolver inteiramente as suas próprias virtualidades, as que possui enquanto indivíduo e as que possui enquanto mulher.

A igualdade perante o direito, a igualdade quanto às alterações da legislação não suprimem, antes implicam e favorecem esta diversidade que constitui uma riqueza para todos.”

O que só ela é capaz de dar

“A mulher é chamada a dar à família, à sociedade civil, à Igreja, o que lhe é característico, o que lhe é próprio e que só ela pode dar, a sua ternura delicada, a generosidade infatigável, o amor ao concreto, a finura de espírito, a intuição, a piedade profunda e simples, a sua tenacidade.

A feminilidade não é autêntica, se a mulher não sabe descobrir a beleza deste contributo insubstituível e incorporá-lo na sua própria vida.

Para cumprir esta missão, a mulher deve desenvolver a sua própria personalidade, sem se deixar seduzir por um espírito de imitação ingénuo que – em geral – a situará num plano de inferioridade e deixaria atrofiar as suas possibilidades mais originais”, finaliza o santo.

Que nós, mulheres, possamos recordar nosso primeiro chamado: a ser filhas de Deus e, assim, viver uma vida à Sua imagem e semelhança, não nos deixando levar pelo que o mundo quer impor com suas ideologias.

E que a Virgem Maria seja o verdadeiro espelho e modelo para a mulher que somos e almejamos ser.

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