Afinal, quem foram os santos Cornélio e Cipriano?

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É comum ouvirmos na Oração Eucarística I da Missa a menção aos “santos Apóstolos e Mártires: Pedro e Paulo, André (Tiago e João, Tomé, Tiago e Filipe, Bartolomeu e Mateus, Simão e Tadeu, Lino, Cleto, Clemente, Sisto, Cornélio e Cipriano, Lourenço e Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião e todos os vossos Santos.”

Mas de todos estes, de forma especial, quem foram Cornélio e Cipriano, de quem tão pouco ouvimos falar?

São Cornélio: o papa defensor da misericórdia

São Cornélio nasceu em Roma e foi eleito papa quase que por unanimidade; mas teve que enfrentar o primeiro grande cisma da Igreja. Isso porque um homem chamado Novaciano, sem nenhuma autorização, se autoproclamou bispo e passou a propagar uma grande heresia, que dizia que a Igreja Católica não tinha poder para perdoar pecados, logo, quem cometesse algum pecado grave automaticamente estava excluído da comunhão com a Igreja e sem a possibilidade de voltar.

O Papa Cornélio, claro, refutava esta ideia maluca e dizia que as portas da misericórdia sempre estavam abertas para quem, com sincero arrependimento, buscasse a confissão e a conversão. A Igreja não apenas podia como deveria perdoar os pecadores arrependidos em que estavam em busca de uma nova vida.

Foi neste período que a Igreja ficou dividida entre os partidários de Cornélio e os de Novaciano. Mas devido à perseguição aos cristãos imposta pelo imperador romano, o Papa Cornélio foi exilado, sofrendo muitas tribulações. O que lhe dava conforto era a amizade com Cipriano, um bispo africano de Cartago, que lhe apoiava e incentiva por meio de cartas.

São Cornélio foi martirizado a mando do imperador no ano de 253, por não aceitar negar a Cristo nem adorar os deuses pagãos.

São Cipriano, a fé em Cristo e o desapego à própria cabeça

São Cipriano foi bispo de Cartago, na África, e é considerado o bispo mais brilhante do continente depois de Santo Agostinho. Devido à sua grande inteligência e habilidade para falar em público, se dedicou ao trabalho de educador, conferencista e orador.

Se converteu ao catolicismo ainda jovem, por influência de um padre santo e logo que batizado, fez um voto de castidade e o propósito de não contrair matrimônio; se dedicou ao estudo das Sagradas Escrituras de forma tão intensa que renunciou até a leitura de autores que não fossem católicos.

Alguns anos depois, decidiu virar padre, sendo ordenado em 248, ano em que o bispo de Cartago morreu, e ele logo foi aclamado pelo povo para ser o novo pastor. Conta-se que diante disso, ele respondeu: “Me parece que Deus expressou sua vontade por meio do clamor do povo e da aclamação dos sacerdotes”. E aceitou o cargo, passando a ser o bispo mais importante que a região já teve.

Em 257, com o início da perseguição cristã comandada pelo imperador Valeriano, os padres e bispos ficaram proibidos de realizar qualquer tipo de cerimônia religiosa, sob o risco de serem condenado à pena de morte.

Como Cipriano continou celebrando missas, foi preso pelas autoridades e levado ao tribunal, onde lhe foi oferecida a chance de ‘perdão’ se acendesse incensos aos deuses pagãos. Como negou, foi condenado ao martírio. Segundo conta-se, ao saber que uma espada lhe cortaria a cabeça, exclamou: “Graças sejam dadas a Deus”.

A multidão de fieis que acompanhava a execução desejou ser martirizada junto ao bispo e, no local, estendeu lençóis brancos no chão para recolher seu sangue e guardar como relíquia.

São Cipriano vendou os próprios olhos e se ajoelhou, e então, teve a cabeça cortada pela lança da espada. Em seguida, os fieis fizeram uma solene procissão, carregando tochas e entoando canções para dar ao corpo do mártir uma sepultura digna.

São Cornélio e Cipriano, rogai por nós!

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