Anna Maria, monja de clausura aos 30 anos: "Encontrei um lugar onde me sinto completa"
Enquanto os Institutos Religiosos Femininos se esvaziam em Milão, Anna Maria decidiu ir na contramão!
Com pouco mais de trinta anos, Anna Maria acaba de fazer sua profissão solene no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas, em Milão. Escolheu a meditação, os despertares ao amanhecer, as orações, as leituras e muito mais. Vive com nove irmãs, algumas delas idosas, com até 89 anos.
“Não sou um anjo, nem melhor que ninguém. Mas encontrei um lugar onde me sinto completa”, compartilhou ao Corriere della Sera.
Ao ser questionada se sentia falta de algo, respondeu:
“Toda escolha implica renúncias. Mas se você está construindo algo em profundidade, as dúvidas são uma oportunidade para fortalecer a confiança e a fé — não para fugir. Às vezes, para entender que a vida não se esgota nas coisas, é preciso permanecer onde se está.”
Sonhos de adolescente, o fim de um relacionamento e o Caminho de Santiago
Na adolescência, Anna Maria sonhava em ter um namorado, casar-se e uma casa cheia de filhos.
“Sempre tive uma ideia muito forte de comunidade. De uma família ampla, aberta.”
Mas seu relacionamento terminou após quatro anos.
Foi então que ela decidiu fazer o Caminho de Santiago:
“Caminhava, chorava, refletia e fazia amizades — especialmente com duas garotas e um frei. Todas as noites celebrávamos a Eucaristia. Sentia que não estava sozinha.”
A universidade, o voluntariado e as primeiras experiências em mosteiros
De volta a Milão, formou-se, começou a trabalhar na Fundação Don Gnocchi e fez voluntariado na prisão de Bollate.
Na vida pessoal:
“Saía, tentava me apaixonar de novo. Mas sempre havia algo faltando. Como um nó que não se desfaz.”
Foi então que começaram suas visitas a mosteiros, como o de Santa Clara em Gorla e o das Clarissas Capuchinhas em Brescia.
“Procurava um espaço onde pudesse escutar o que o barulho abafa. Um dia eu ouvi: pare de pensar tanto. Deixe-se amar.”
Um ano depois, Anna Maria tomou a decisão definitiva de entrar!
Lembremo-nos de rezar pelas vocações!