A missão do universitário na construção de um mundo novo
Em 1998, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o escritor Eurico de Andrade Neves Borba, ( ex- Vice Reitor da PUC RIO), refletiu a situação da evangelização no meio universitário.
A “universidade no mundo de hoje” é a inquietação da reflexão. Ele fala que é possível acreditar na juventude como protagonista da evangelização, pois o jovem evangeliza outro jovem. Nessa convicção, reconhecendo que as escolas e universidades foram gestadas no seio da Igreja Católica, é urgente que os universitários, professores e funcionários católicos tenham como missão a educação do povo de Deus.
A missão que a Igreja tem de educar os seus fiéis vai além da transmissão do conhecimento nu e cru das disciplinas. Perpassa a vida social, religiosa, educacional, cultural, governamental, institucional, afetivo-sexual e ecológico dos crentes. Todas essas realidades fazem parte do universo juvenil de um modo ou de outro, positiva ou negativamente, com maior ou menor intensidade e expressão, causas e efeitos.
O jovem fiel recebe da Igreja a Verdade primeira, por meio da transmissão da fé: Jesus, o ápice da revelação divina. O que fora legado à Igreja torna-se, por excelência, patrimônio a ser valorizado, defendido, protegido, propagado e anunciado com o testemunho de vida e de fé especificamente nas Universidades.
Em cada sala de aula, nos corredores, no processo de aprendizagem, nos conflitos interdisciplinares o jovem universitário católico, independente do curso que faça, é sinal sensível de Deus no mundo, pois é dele a missão de levar Jesus aos corações.
Os desafios: troca do dia pela noite, acesso rápido às informações, globalização, marginalização, pobreza, desemprego, competitividade no mercado de trabalho, sede insaciável de lucro, inversão de valores morais, saberes históricos, violência, intolerância e hostilidade humana, devem provocar em nós o desejo de sermos evangelizadores.
Este desejo, não pode, de modo algum, deixar de contar com os dons da criatividade e da capacidade crítica e reflexiva dos jovens presentes nas universidades. Ali, no ambiente de estudo, está o local privilegiado do desenvolvimento desses dons. Nas instituições de ensino superiores está a oportunidade do protagonismo de Cristo, a partir da fé que o jovem manifesta.
Há em vocês universitários a esperança de reversão da situação e de melhores dias para a sociedade! Não desanimar, sempre rezar, não esconder a crença, criar e promover atividades religiosas nas paróquias, nas escolas e centros acadêmicos, dialogar com outros cristãos é um caminho que nutre a esperança da Igreja em cada um.
A Igreja os ama e, por amar a juventude, tem a distinta e inadiável missão de zelar por vocês universitários. Para isso, deve capacitá-los e instruí-los acerca da fé e da vida social; deve preparar com vocês uma frutuosa reflexão e eficazes meios para a sua atuação e evangelização no mundo universitário. Seja santo e santifique a universidade!