O que a Igreja diz sobre a existência de Adão e Eva?

Domínio Público

Ao contrário do que muitos téologos modernistas afirmam por aí, a existência de Adão e Eva é algo certo dentro da Teologia e do Magistério da Igreja. Ninguém pode negá-los sem estar com a sua fé em grave risco.

Vários Papas e por sua vez também o Concílio de Trento reafirmaram a existência de nossos primeiros pais. Apesar de não haver nenhum dogma de Fé que afirme a sua existência, vários dogmas Católicos dependem da existência de Adão e Eva e é um ensinamento constante em toda à História da Igreja. Também é condenada pela Igreja a teoria chamada poligenismo, teoria esta que afirma que além de Adão e Eva, Deus criou outros homens e mulheres juntamente com eles.

Segue-se algumas citações Magisteriais a este respeito:

XV Sínodo de CARTAGO

Cân. 1. Foi decidido por todos os bispos reunidos no santo Sínodo da Igreja de Cartago: Quem disser que Adão, o primeiro homem, foi criado mortal de modo que, pecasse ou não pecasse, teria corporalmente morrido, isto é, teria deixado o corpo não por causa do pecado, mas por necessidade natural, seja anátema.

Pelágio I: Carta encíclica “Vas electionis”

Creio e confesso que como Ele subiu aos céus, assim virá para julgar os vivos e os mortos. De fato, todos os homens, nascidos de Adão e mortos até a consumação do mundo juntamente com o mesmo Adão e sua mulher, que não nasceram de outros genitores, mas foram criados um da terra e a outra do flanco do homem [cf. Gn 2,7.22], assim confesso, ressuscitarão então e estarão “diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com o que, em sua vida corporal, fez de bem ou de mal”

Pio II: Bula “Exsecrabilis”

Tese condenada como contrária as doutrinas dos Santos Padres:
(3) Também: Deus criou um outro mundo além deste, e no seu tempo muitos outros homens e mulheres existiram, e como conseqüência Adão não foi o primeiro homem. (Doutrina herética)

Concílio de Trento

1. Se alguém não admite que o primeiro homem Adão, tendo transgredido no paraíso a ordem de Deus, perdeu imediatamente a santidade e a justiça nas quais tinha sido constituído, e que, por este pecado de prevaricação, incorreu na ira e na indignação de Deus e, por isso, na morte com que Deus lhe havia ameaçado anteriormente e, com a morte, na escravidão sob o poder daquele que depois “teve o domínio da morte” [Hb 2,14], isto é, o diabo; e que o Adão inteiro por aquele pecado de prevaricação mudou para pior, tanto no corpo como na alma [cf. *371]: seja anátema.

2. “Se alguém afirma que a prevaricação de Adão prejudicou a ele só e não à sua descendência”; que perdeu somente para si e não também para nós, a santidade e a justiça recebidas de Deus; ou que, manchado pelo pecado de desobediência, ele transmitiu a todo o gênero humano “só a morte” e as penas “do corpo, e não também o pecado, que é a morte da alma”: seja anátema; “pois contradiz o Apóstolo, que afirma: ‘Por causa de um só homem o pecado entrou no mundo e com o pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, e nele todos pecaram’ [Rm 5,12]” [*372].

Humanis Generis (Teoria que afirmava que haveria outros homens e mulheres além de Adão e Eva).

Mas, tratando-se de outra hipótese, isto é, a do chamado poligenismo, os filhos da Igreja não gozam da mesma liberdade, pois os fiéis cristãos não podem abraçar a teoria que depois de Adão tenha havido na terra verdadeiros homens não procedentes do mesmo protoparente por geração natural, ou, ainda, que Adão signifique alguma multidão de primeiros pais; já que não se vê com clareza de que modo tal afirmação pode harmonizar-se com o que as fontes da verdade revelada e os documentos do magistério da Igreja ensinam acerca do pecado original, que procede do pecado verdadeiramente cometido por um só Adão e que, transmitido a todos os homens pela geração, está como próprio em cada um deles [cf. Rm 5,12-19; *1511-1514].

Publicado pela página O Vaticano II em Debate: Concílio e Tradição.

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