O verdadeiro motivo do descobrimento do Brasil e o que a Igreja Católica tem a ver com isso
No dia 22 de abril é comemorado o Descobrimento do Brasil, mas você sabe o verdadeiro motivo do país ter sido “descoberto”?
Muitas vezes na escola aprendemos que foi apenas por causa de interesses comerciais e da exploração das riquezas. Mas existe um motivo muito mais bonito e surpreendente por trás de todo o esforço dos portugueses para chegar ao país.
Por muitos séculos, a Europa foi palco de muitas disputas religiosas, como as invasões dos mouros e a tentativa dos cristãos de reconquistar as terras tomadas pelos muçulmanos.
Até que após a última vitória dos cristãos em cima dos muçulmanos no território de Granada em 1492, não havia mais para onde o Cristianismo se expandir. Então, o navegador Cristóvão Colombo convenceu os católicos reis de Portugal e da Espanha a patrocinarem as expedições marítimas, com o objetivo de encontrar uma “terra prometida” e povos distantes para evangelizar!
No mesmo ano, Colombo descobriu as “Índias Ocidentais”, que ficavam na América Central, e o território foi dividido entre os dois países por meio do Tratado de Tordesilhas.
Após uma missa de despedida, Pedro Álvares Cabral, que era grão-mestre da Ordem de Cristo, e 1500 homens partiam em um grupo de 13 navios em direção às Novas Índias, e em 22 de abril de 1500 aportaram numa terra à qual deu o nome de “Vera Cruz”, ou seja, o Brasil!
A Providência de Deus
Um integrante da tripulação, o escrivão Pero Vaz de Caminha, escreveu uma carta ao Rei de Portugal, Dom Manuel, contando suas primeiras impressões do país e deixando mais clara a sua fé: ele não acreditava que tivesse sido uma descoberta ocasional e sim a Providência de Deus que os tinha feito chegar até ali.
Depois de descrever a geografia do Brasil, ele fala dos índios que encontraram: “Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença.”
E logo se mostra muito otimista em relação à futura evangelização: “Portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa.”
Salvação e conversão à fé católica
“Portanto Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim.”
Mais uma vez na carta, Caminha ressalta que até o momento não encontraram nada como “ouro, nem prata, nem alguma coisa de metal ou ferro”, e conclui que “o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar”.
Em 1549, já na época do Brasil Colônia, o Rei de Portugal Dom João III foi o responsável por enviar os padres jesuítas para o Brasil, para fundarem colégios e missões em vista da evangelização dos povos nativos.
Num documento da época, ele afirma que “a principal coisa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil foi para que a gente delas se convertesse à nossa Santa Fé Católica”.