Sacerdote explica porquê não pode abençoar "todo e qualquer" objeto

Flickr Catholic Church England and Wales (CC BY-NC-ND 2.0 DEED)

O sacerdote deve abençoar qualquer objeto que lhe seja trazido pelos fiéis? O relato do Padre Eduardo Hayen Cuarón esclarece a diferença entre a fé autêntica e a busca de soluções mágicas na vida do povo de Deus.

Em seu post na rede social X, o padre narrou um momento delicado que teve que enfrentar depois da missa.

“Uma mulher se aproxima de mim para pedir bênção sobre dois objetos que ela carregava em uma bolsa. Eu pergunto a ela 'O que são?' Ela responde: 'Duas bolsas pequenas para abundância.' Recusei-me a abençoá-los, explicando que eram objetos mágicos que a Igreja não abençoa. Se eu os tivesse abençoado, teria pecado. A senhora saiu um pouco chateada”, disse ele.

Por que os sacerdotes não podem abençoar "todo e qualquer" objeto?

O Pe. Hayen relembrou a passagem do primeiro livro de Samuel, onde os filisteus recorreram à Arca da Aliança em busca de ajuda mágica, apesar de não estarem dispostos a mudar as suas vidas por causa da corrupção dos seus corações.

“Eles pensaram que a Arca tinha poderes mágicos e sairiam vitoriosos da guerra. Eles foram derrotados e muitos tiveram uma morte ignominiosa. Usar a Arca como amuleto foi seu erro. A conversão à fé no Deus vivo foi o verdadeiro remédio”, explicou.

O sacerdote indicou que, tal como os filisteus, há católicos que procuram a magia e não a verdadeira conversão nas suas vidas.

“Como a senhora que queria a bênção de suas bolsinhas de abundância. Eles acreditam que só com água benta e outros sacramentais, como a medalha de São Bento, ficarão melhor”.

“Muitos acreditam que a devoção a São Judas Tadeu, por ser um santo muito milagroso, tem efeitos mágicos... mas não querem ouvir o chamado à conversão para abandonar o pecado”.

O Pe. Hayen sublinhou que os sacramentais são bons desde que sejam usados ​​“com fé e num espírito de conversão”.

“Usados ​​como superstição, eles fazem pecar aqueles que os usam.”

O sacerdote acrescentou que recorrendo à magia a pessoa procura dominar Deus e forçar a que aconteçam as coisas que deseja, enquanto a fé autêntica exige colocar a vida à disposição do Senhor.

“Procure que o Senhor trabalhe nela. Deus assume o controle do crente quando ele tem fé e purifica seu ser desde as raízes. No Evangelho o leproso diz com fé a Jesus: 'Senhor, se quiseres, podes curar-me.' ‘Se quiser’ significa que Jesus é Deus e que se for da vontade divina o doente ficará curado ou não.”

“Deus diz: 'Amarás o Senhor de todo o teu entendimento e de todo o teu coração' (Mt 22,37). O amor não é uma forma mágica de viver a fé, mas sim deixar-se guiar por Deus, com a dedicação e a confiança de uma criança pequena. Não na magia, mas na verdadeira fé está a nossa salvação.”

Deixemos Deus agir em nossas vidas!

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