O papado é um dos aspectos que mais caracterizam o catolicismo. Infelizmente, também é um dos mais mal entendidos.

Note que esses mitos sobre o ofício do Papa, não está ligado diretamente a um pontífice em particular. Aqui estão 5 dos mitos mais comuns sobre o papado:

Mito 1: O papa é sempre infalível

Verdade : Quando se trata de definir um novo ensinamento, é realmente muito raro para um Papa invocar a infalibilidade papal.

As condições para um ensino papal ser infalível foram definidas pelo Concílio Vaticano I em 1870: “ele é infalível, quando, no exercício do seu cargo de pastor e mestre de todos os cristãos, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, ele define uma Doutrina sobre fé ou moral a ser realizada por toda a Igreja… “

A maioria dos papas não invocam a infalibilidade papal. Isso não quer dizer que os católicos podem ignorar o que um Papa está ensinando, apenas significa que pode não ser infalível (a menos que o que ele esteja ensinando já tenha sido definido infalivelmente antes).

Mito 2: O papado não está na Bíblia

Verdade : Na verdade, o papado foi estabelecido pelo próprio Cristo na Escritura. Muito poderia ser dito sobre este assunto, mas aqui estão alguns exemplos.

Embora ele tenha dado a todos os apóstolos o poder de “ligar e desligar” (Mat 18, 18), somente a Pedro Jesus deu as “chaves do Reino dos Céus” (Mat 16, 15-19), dizendo que Pedro era a rocha “sobre o qual ele iria edificar sua Igreja”. Pouco antes da sua paixão, Cristo disse a Pedro, “eu orei por você, Simão, para que sua fé não falhasse”. E, depois de sua ressurreição, Jesus, que é o Bom Pastor de toda a Igreja, pede a Pedro que “Cuide das minhas ovelhas” (21, 15).

Tudo isso, em última análise, significa que Jesus deu a Pedro um papel especial e essencial entre os apóstolos na função de governo e ensino da Igreja. O Papa é o sucessor de São Pedro e continua a exercer hoje este papel essencial dado por Cristo.

Mito 3: O papa é necessariamente uma pessoa santa

Verdade : Em primeiro lugar, a Igreja Católica nunca afirmou que os papas têm que ser santos, e ela não tem ilusões sobre a santidade de muitos dos seus pontífices. Os papas são seres humanos pecadores que precisam da graça de Jesus Cristo tanto quanto qualquer um.

Note que apenas  95 dos 266 papas da história são reconhecidos como santos ou estão em algum estágio no processo de tornar-se um, e mais de um terço desses papas viveram nos primeiros séculos da Igreja.

Em segundo lugar, os poderes do papado dependem inteiramente de Cristo e sua graça – não da inteligência, santidade ou sabedoria (ou falta dela) da pessoa que passa a ser papa a qualquer momento. Deus pode usar até de grandes pecadores para seus propósitos.

Por último, o fato da Igreja ter sobrevivido até hoje e tão bem, embora muitos dos seus líderes tenham sido altamente corruptos, na verdade, serve como prova de que a Igreja é verdadeiramente guiada por Cristo.

Mito 4: O Papa pode acrescentar à Palavra de Deus

Verdade : Na verdade, a Igreja Católica ensina que a revelação divina pública já foi dada na sua plenitude e a tarefa da Igreja, incluindo o papa, é simplesmente preservar, interpretar e pregar este Evangelho a todas as gerações.

Como o Concílio Vaticano II ensina, o magistério da Igreja (que inclui o papado), “não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado”. (Dei Verbum 10)

Portanto, o papa não tem autoridade para acrescentar à Palavra de Deus, apenas para interpretá-la fielmente e pregá-la à sua geração.

Mito 5: O papado é um tipo especial de Ordem Sagrada

Verdade : Existem apenas três tipos de Ordens Sagradas: diáconos, padres e bispos. Outros títulos como cardeal, arcebispo, patriarca, até mesmo papa – são apenas títulos. Por isso, sacramentalmente falando, o papa é simplesmente um bispo como qualquer outro bispo e tem os mesmos poderes sacramentais.

Se ele já é bispo, um papa eleito não é ordenado papa; Ele simplesmente assume o cargo de bispo de Roma e, ao fazê-lo, recebe todos os poderes e autoridades que vêm com esse ofício. Se ele renuncia ao cargo papal (como o Papa Bento XVI fez em 2013), ele perde todos os poderes papais, mas permanece um bispo.

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