No final da Semana Santa aparecem o coelho e os ovos de Páscoa, e muitos se perguntam se esses símbolos têm alguma relação com a fé católica. Aqui explicamos seu significado.
Assim como acontece com o Natal e o “Papai Noel”, figura inspirada em São Nicolau de Bari, o problema vem do processo de secularização que aos poucos foi tirando o caráter cristão desses elementos.
O ovo era considerado pelos primeiros cristãos como um símbolo da Ressurreição de Jesus. Na Idade Média, quando chegava a Páscoa, os ovos eram pintados de várias cores e eram considerados objetos de grande valor.
No século XVII, o Papa Paulo V abençoou os ovos em uma oração, talvez para ressaltar a proibição decretada pela Igreja no século IX, de não consumi-los durante a Quaresma.
A chegada da Páscoa encerrava a norma. Pode-se dizer que realizavam a “festa do ovo” para representar o retorno à alegria. Com o tempo, a proibição foi deixada de lado, mas o costume de comemorar a Páscoa consumindo e dando ovos foi mantido.
Em alguns países europeus, como a Itália, no Domingo de Ramos muitas famílias ainda levam ovos à igreja para abençoá-los e consumi-los no Domingo de Páscoa. Nos Estados Unidos, também é comum as crianças irem à caça de chocolates ou ovos de plástico com doces.
O coelhinho da Páscoa
No caso do coelho da Páscoa, explica-se que anteriormente a figura da lebre selvagem era usada como um recurso catequético para falar sobre como deveria ser o caminho do cristão para a ressurreição.
As patas traseiras da lebre são grandes, poderosas e usadas para escalar terrenos íngremes. Por outro lado, as patas dianteiras são pequenas e fracas.
Essas pernas facilitam a escalada do coelho e dificultam a descida. Isso foi usado para representar o caminho da vocação do cristão. Ele deve ser relutante e difícil para descer na sua vida moral, e ao mesmo tempo deve estar pronto, rápido e ágil para subir para a ressurreição do Senhor.
Os papas e os ovos de Páscoa
Em 2009, o Papa Bento XVI enviou centenas de ovos de Páscoa às crianças vítimas do terremoto que abalou a cidade de L’Aquila, no centro da Itália, que deixou 300 mortos.
Em 2012, um grupo de artesãos da cidade italiana de Cremona deu a Bento XVI um ovo de Páscoa feito de chocolate que media 2,5 metros e pesava 250 quilos. O Pontífice recebeu o presente e doou-o aos jovens internados na penitenciária Casal del Marmo, em Roma.
Por sua vez, em 2014 o Papa Francisco enviou 150 ovos de Páscoa ao Hospital Pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus) para a alegria das crianças com câncer.