A Arquidiocese de Santa Fé, em Novo México, nos Estados Unidos, alertou seus sacerdotes a não demorarem mais de 5 minutos fazendo a homilia, correndo até o risco de serem punidos. Mas qual o motivo desta “estranha” medida?
Segundo informou a Arquidiocese ao Catholic News Agency, a decisão faz parte das “comunicações periódicas”, que compõem as ações de proteção contra a pandemia da Covid-19.
Em nota, o vigário geral arquidiocesano, Pe. Glennon Jones, disse que “recebeu informações de que algumas homilias duravam mais que o limite de 5 minutos estabelecido pelo arcebispo”.
“Isto não só aumenta o tempo de exposição [do coronavírus] aos outros, como também aumenta o desconforto de muitos fiéis, ao ponto de alguns não assistirem à Missa por causa disso”, explicou.
O sacerdote ainda falou que “se tais homilias continuarem, o Arcebispo John Wester considerará ações mais severas para o clero nesta questão, até incluindo a possibilidade de suspensão das pregações”.
Retomada das missas
Desde 16 de maio, as igrejas da Arquidiocese retomaram as missas públicas com duras restrições, inclusive só podendo receber até 10% da capacidade do local, por causa de um decreto do governador do estado.
Em 31 de julho, um documento da Arquidiocese instruindo sobre os cuidados a serem tomados estabeleceu que as homilias deveriam ser “muito breves” e de “três minutos no máximo”. O objetivo era fazer com que as celebrações durassem em média de 30 a 40 minutos.
Um porta-voz da Arquidiocese declarou ainda que “a intenção do comunicado do Pe. Glenn Jones era destacar a gravidade da pandemia, a grande preocupação do Arcebispo pela vida humana, pela saúde e pela segurança dos nossos fiéis”.
“Nossos fiéis também foram informados dos protocolos arquidiocesanos e expressaram sua preocupação. Por isso, foi lembrado aos nossos sacerdotes que devem seguir o protocolo de pregar apenas breves homilias de 3 a 5 minutos durante estes tempos perigosos”, completou.
A instrução geral do Missal Romano não impõe um tempo determinado para a homilia, apenas assinala que ela “é necessária para alimentar a vida cristã. Convém que seja uma explicação ou de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura, ou de outro texto do Ordinário, ou do Próprio da Missa do dia, levando-se em conta tanto o mistério que se celebra, quanto as necessidadas particulares dos ouvintes”.