Como São Pedro Claver se tornou o padroeiro do povo negro
São Pedro Claver nasceu em 1580 em Barcelona, na Espanha, e desde cedo já apresentava sinais da sua vocação. Decidiu virar sacerdote, tomar o hábito jesuíta e partir para ser missionário nas terras recém-descobertas das Américas. Mas seu trabalhou esteve longe de ser fácil, pois chegando à Cartagena (hoje Colômbia), encontrou uma difícil realidade: a escravidão.
São Pedro Claver e o amor para com os escravos
Apesar da prática da escravidão ser duramente condenada pela Igreja Católica e pelos papas, era muito comum na América. Mas São Pedro Claver não conseguia ficar indiferente aos negros que sofriam todos os tipos de humilhações e eram submetidos ao trabalho forçado.
Sempre que chegava um novo navio negreiro, o Pe. Claver ia visitá-los e levar comida. Como eles sempre chegavam em péssimas condições de higiene e saúde, ele os atendia com amor, caridade e cuidava de cada um, na tentativa de aliviar as dores e os medos.
Como os escravos vinham de diferentes lugares e falavam diferentes línguas e dialetos, Pe. Claver arranjou vários tradutores para ajudar na comunicação e na catequese deles.
Enquanto os negros aguardavam para serem comprados pelos escravocratas, São Pedro Claver os ensinava e batizava. Acredita-se que ele tenha batizado cerca de 400 mil escravos!
Constantemente os reunia, ouvia suas preocupações e necessidades e os defendia dos opressores. Por causa disso, virou inimigo de muitos senhores.
Mas o santo também enfrentou outras duras provas, chegando a ser acusado de profanar a Eucaristia por oferecê-la a ‘criaturas que não tinham alma’. Sofreu tentativas de afastamento das suas funções missionárias, mas sempre lutou pelo povo negro e pela sua dignidade de filhos de Deus.
Quando uma peste acometeu grande parte dos escravos da região, não os abandonou, e acabou por ser contaminado também. Após muitos anos de agonia e sofrimento, morreu em 8 de setembro de 1654, dia da Natividade de Nossa Senhora.
Foi beatificado em 16 de julho de 1850 pelo Papa Pio IX e canonizado em 15 de junho de 1888 pelo Papa Leão XIII, que na ocasião disse que ele era o santo que mais o tinha impressionado depois da vida de Cristo. É considerado padroeiro de Cartagena e protetor da população negra e dos escravos.