A Igreja Católica está cheia de histórias verdadeiramente inspiradoras! Como Jesus sofreu neste mundo, assim também seus seguidores experimentam, muitas vezes também na própria carne, dores e provações. Mas quem tem Cristo como modelo e o Céu como meta, consegue enfrentar qualquer coisa… até mesmo com um sorriso no rosto.

Assim foi a vida do Pe. Adolf Kajpr, sacerdote e jornalista tcheco, que foi mártir e pode virar beato muito em breve. Sem medo de negar suas convicções, escreveu sobre Cristo e condenava sistemas opressores. Por isso, foi preso durante muitos anos em campos de concentração nazistas e, depois, em Gulags comunistas, onde morreu.

De acordo com o vice postulador da sua causa de beatificação, Vojtech Novotny, os documentos que provam o martírio do padre foram entregues ao Vaticano no dia 4 de janeiro, avançando assim a fase diocesana do processo.

Relembrando o testemunho do Pe. Adolf, o vice postulador exortou: “Que todos saibam como é inebriante e belo esforçar-se no serviço de Cristo, passar tempo nele naturalmente e com um sorriso, literalmente como uma vela sobre o altar”. E ressaltou a importância do trabalho jornalístico como forma de levar a todos a “mensagem inalterável de Cristo”.

Pe. Adolf Kajpr: o mártir que morreu rindo

Adolf Kajpr nasceu em 1902 numa região onde hoje corresponde à República Tcheca. Com a morte das pais, ele, na época com quatro anos, e os irmãos passaram a viver com uma tia, que os educou na fé católica.

Quando adolescente, precisou abandonar a escola para trabalhar como sapateiro, pois sua família era muito pobre. Após servir durante dois anos no exército, ingressou em uma escola secundária jesuíta em Praga. Em 1935, foi ordenado sacerdote e passou a atuar como professor de filosofia e teologia.

Logo tornou-se editor de quatro revistas, o que rapidamente atraiu a atenção da Gestapo (polícia nazista) para si. Uma edição, em especial, retratava Jesus vencendo a morte, que era representada por símbolos nazistas. Em 1941, foi preso após ser diversas vezes repreendido pelo conteúdo de seus textos.

Passou por vários campos de concentração até terminar a guerra, em 1945. Foi então condecorado pelo presidente Edvard Benes por ser uma importante personalidade tchecoslovaca.

Em 1950, de volta à Praga, continuou a escrever. Desta vez, contra o marxismo materialista e ateu, por isso, foi preso pelos comunistas em 1950, e condenado a doze anos de trabalhos forçados nas Gulags. Durante este tempo, precisou viver seu ministério em silêncio, mas continuava ensinando literatura e filosofia.

Em 17 de setembro de 1959, sofreu duas paradas cardíacas, o que o levou à óbito. Segundo uma testemunha, na hora da morte, o Pe. Adolf estava rindo de uma piada!

Conta o historiador jesuíta Miroslav Herold que “imediatamente após sua morte, as pessoas ao seu redor estavam convencidas de que Kajpr tinha sido um mártir do regime. Um mártir que morreu por suas convicções“.

Ainda segundo vice postulador Vojtech Novotny, “os nazistas e os comunistas tentaram eliminá-lo através da prisão, onde morreu em consequência desta tortura. Seu coração enfraquecido não aguentou mais quando em meio à perseguição ele sorriu alegremente. É um mártir que morreu rindo”.

[Leia também: Antes morrer do que pisar no terço: conheça o testemunho deste padre em Auschwitz]
[Leia também: Conheça os dois novos brasileiros que podem ser elevados aos altares]
Compartilhe esta postagem