Conheça os incríveis santos incorruptos da América Latina
Todo católico com certeza já ouviu falar dos santos incorruptos, cujos corpos estão intactos depois da morte. Eles não atravessaram o processo de decomposição, mas conservam a flexibilidade e até exalam aromas.
A maioria dos santos que conhecemos são da Europa, muitos da Itália, mas você sabia que na América Latina também temos santos incorruptos? E suas histórias são fantásticas! Aqui te apresentamos três:
1) Beata Maria de São José Alvarado
É talvez a mais famosa dos santos incorruptos. Nasceu na Venezuela em 1875. Desde o final do século XIX se dedicou ao cuidado aos enfermos em Maracay, durante uma terrível epidemia. E fundou junto com um sacerdote a Congregação das Irmãs Agostinianas. Esta beata encontrou na Eucaristia o carisma distinto de sua espiritualidade.
Faleceu em 1967 com 92 anos. A descoberta de seu corpo não corrompido foi surpreendente. É assim que relatam no site de sua Congregação:
“Não deixou de ser um fato desconcertante: em meio à destruição quase total da urna de madeira, devido à umidade do subsolo, seu corpo intacto com o traje religioso em perfeito estado e a cruz de madeira junto ao caule do buquê de lírios com as folhas ainda verdosas”.
Sabe-se que ela gozava de alguns dons extraordinários. É conhecida pela seguinte situação, em que ouviu uma conversa em outro lugar:
“Contava a Ir. Inês, uma das mais antigas, que um dia saiu um grupo de Irmãs à passeio com nosso fundador, e junto a um riacho de água, formularam algumas propostas da nossa Madre Maria. Uma das Irmãs que não quis intervir na conversa, preferiu divertir-se deixando um pedaço de palha escorregar na água.
Ao voltar da excursão, nossa Madre a chamou e confidencialmente lhe contou que havia presenciado e escutado toda a conversa do seu escritório em Maracay. ‘E o que você estava fazendo?’, perguntou, ‘brincava com a água?’. A irmã ficou perplexa”.
Também afirma-se que ela tinha o dom da bilocação. Aqui está outra história: “As Irmãs mais velhas costumavam dizer que nossa Madre tinha o dom da bilocação. E ela mesma, a Madre, um dia narrou o seguinte episódio: Durante seus serviços no Hospital São José, à meia-noite devia dar remédio a dois pacientes, mas pegou no sono.
Ao despertar, mais tarde, imediatamente foi à cama dos pacientes com a medicação, e para a sua surpresa, um deles lhe disse: A senhora já me trouxe de madrugada”.
2) Santa Narcisa de Jesus
Nasceu em 1832, no Equador, filha número seis de nove irmãos. Foi uma leiga que viveu na Casa das Irmãs da Ordem Laical de São Domingos, em Lima, até a sua morte.
Em sua vida, atravessou três perdas traumáticas: a da sua mãe na infância, a do seu pai na juventude e a do seu diretor espiritual, quando adulta. Nestas perdas, descobriu uma maneira que Deus lhe oferecia para crescer na liberdade do coração e no abandono confiado. Por isso, a oração e o espírito de penitência foram o selo de sua espiritualidade.
Em 1869, aos 37 anos de idade, Narcisa ficou doente e padecia de uma terrível febre. Conta-se que na noite da sua morte uma religiosa, que estava de vigília naquele turno, correu para buscar a Madre Superiora.
E lhe contou que, ao passar pela cela de Narcisa, tinha visto uma luz que saia de lá e um suave odor inundava o lugar. Seu corpo foi encontrado incorrupto no beatério de sua congregação. Hoje descansa no Santuário que leva o seu nome, no Equador.
3) Beato Sebastião Aparício
Este santo nasceu na Espanha, em 1502. Chegou a Puebla, atual México, por volta de 1530 e se tornou um grande comerciante de carretas. Teve dois matrimônios e em ambos perdeu a esposa de forma trágica. Depois disso, em 1574, com 72 anos de idade, recebeu o hábito franciscano, antes de doar todos os seus bens às Irmãs Clarissas.
A partir deste momento se dedicou a pedir esmolas, cuidar da horta e fazer as compras para os seus irmãos.
Conta-se que ele era um profundo devoto da Virgem Maria e estava sempre com o rosário na mão, rezando. Em uma ocasião, a Virgem lhe apareceu e conta-se o seguinte relato:
“Frei Sebastião se aproxima para receber a comunhão. E enquanto fazia a ação de graças, a Virgem apareceu para ele.
Quando o padre Sancho de Landa o interrompe, o irmão Aparício lhe diz: ‘Você não vê aquela grande senhora descendo as escadas? Olha para ela! Ela não é muito bonita?’. Mas o padre Sancho não vê nada: ‘Você está louco, Sebastião? Onde está a mulher?’. Então entendeu que era uma visão do santo Irmão”.
Além disso, sofreu muitos ataques físicos do demônio, mas também recebeu ajuda do seu anjo da guarda. Outro relato diz que:
“Uma vez sua carroça ficou presa na lama e um jovem vestido de branco apareceu para oferecer ajuda. ‘Que ajuda você pode me dar, disse ele, quando oito bois não conseguem tirá-la?!” Mas quando ele viu que o jovem puxou o carro com facilidade, comentou em voz alta: ‘Pela fé, não é você daqui!'”.
Morreu aos 98 anos. Foi desenterrado em duas ocasiões e nas duas apareceu incorrupto. Seu corpo descansa no Convento São Francisco de Assis, em Puebla.