Se você tivesse que adivinhar o que uma criança de sete pediu de presente aos pais, provavelmente arriscaria um brinquedo, jogo ou doce, certo? Mas nenhuma destas respostas está correta para André Luiz. Ao contrário, ele pediu aos pais que construíssem uma capela em casa para que ele pudesse rezar! Conheça esta inspiradora história.
André Luiz mora em Bauru, interior de São Paulo, e ganhou recentemente de presente uma capela no quintal de casa. O local de oração, intitulado Capela Santo André, tem quatro metros de comprimento por três de largura, e conta com tudo que tem direito: altar, púlpito, imagens sacras e um sino.
Jaqueline, mãe adotiva de André, contou que a iniciativa partiu de um pedido inesperado do filho, que queria "um lugar em casa para rezar".
"Estávamos um dia eu e meu marido conversando sobre a obra que fazíamos em casa. O André chegou para mim e disse: já que você está fazendo a obra, eu poderia ter uma capela para mim? Eu disse que ele teria um altar na casa nova para guardar as imagens dele. Mas aí ele falou que gostaria que tivesse um lugar com entrada, bancos e um altar.
Então, se o sonho dele era uma capela, e eu achei lindo e maravilhoso esse pedido, porque ele podia ter me pedido um videogame, uma viagem, um brinquedo, pensei: cabe uma capela na minha casa", disse ela.
A obra levou quatro meses e capelinha de Santo André foi inaugurada em julho, com uma missa celebrada padre Gilson Luiz Maia, que hoje mora na Itália, mas havia sido o pároco da família há alguns anos em Bauru.
"Foram cerca de 80 pessoas [na inauguração]. Dentro da capela cabem, com muito conforto, 14 pessoas sentadas, o restante ficou no quintal. Convidamos pessoas que fazem parte da rede de apoio do André, como professores, pedagogos, amigos e parentes", explicou.
"Ele amou o resultado. Os olhinhos dele brilharam quando viu. Ele gosta de ficar lá, toca o tecladinho dele".
Jaqueline revelou ainda que o local de oração também já faz parte de momentos importantes da família: "Eu e meu marido aproveitamos para renovar os votos de 15 anos de casados no local".
André foi adotado quando era apenas um recém-nascido, e para a mãe Jaqueline, ele foi um milagre para a família. "Eu me recuperava de um câncer de mama, fiz o tratamento e, no último dia da radioterapia, me ligaram e contaram do André. Ele tinha apenas 40 dias de vida", recordou.
Igreja familiar
Jaqueline ressalta que a família é católica e cria o filho na fé, mas que a iniciativa da capela partiu da própria criança, ressaltando que ele tem "liberdade para fazer suas escolhas".
"Fomos criados no catolicismo, e o André nos acompanha nas missas. A influência que tivemos no pedido foi essa. Esse desejo de conhecer igrejas que ele tem nasceu única e exclusivamente do coraçãozinho dele".
Sobre a vocação do filho, Jaqueline ressalta que ainda é cedo para saber, mas que está nas mãos de Deus e será uma decisão tomada pelo filho quando chegar a hora.
"Eu não sei se ele vai ser [padre], Deus é que sabe se ele vai ser um religioso ou não. A minha função, nesse momento, com uma criança de sete anos, é incentivá-lo a realizar os sonhos dele. Eu, como mãe, só quero que ele seja feliz, que ele possa fazer as escolhas e tenho certeza que Deus vai direcioná-lo".