Há pessoas que dizem que Deus é uma invenção de alguns homens para conseguir exercer uma influência sobre os demais…
O pensamento de Deus ronda a mente do homem desde tempos imemoriais. Aparece com teimosa insistência em todos os lugares e todos os tempos, até nas civilizações mais arcaicas e isoladas que já se teve conhecimento. Não há nenhum povo nem período da humanidade sem religião. É algo que tem acompanhado o homem desde sempre, como a sombra que segue o corpo.
Por mais forte que, às vezes, tenha sido a influência secularizante ao seu redor, jamais o homem ficou totalmente indiferente ao fator religioso. A pergunta sobre o sentido e a origem da vida, sobre o enigma do mal e da morte, sobre o além, são questionamentos que jamais se pôde evitar. Deus está na própria origem da pergunta existencial do homem.
O homem tem se perguntado com assombro qual seria a explicação de toda essa harmonia que há na configuração e nas leis do Universo.
Onde existe um plano, deve haver alguém que o planeja. E atrás de uma obra de tal qualidade e de tais proporções, deve haver um criador, cuja sabedoria transcenda toda medida e cuja potência seja infinita.
Pode o mundo ter existido desde sempre?
Alguns dizem que tudo começou de uma massa informe de átomos; bem, mas quem criou esses átomos? De onde procediam? Quem guiou a evolução desses átomos, segundo leis que podemos descobrir, e que evitaram um desenvolvimento caótico? Alguém teve que faze-lo. Alguém que, desde toda a eternidade, tem gozado de uma existência independente.
Todos os seres deste mundo, houve um tempo em que não existiram. Cada um deles deverá sempre sua existência a outro ser. Todos, tanto os vivos quanto os inertes, são elo de uma longa cadeia de causas e efeitos. Mas essa cadeia deve chegar a uma primeira causa: pretender que um número infinito de causas pudesse nos dispensar de encontrar uma causa primeira, seria o mesmo que afirmar que um pincel pode pintar por si mesmo se tiver um cabo infinitamente longo.
É possível a auto criação?
O big bang e a auto criação do universo são duas coisas bem diferentes. A teria do big bang, como tal, é perfeitamente conciliável com a existência de Deus. Entretanto, a teoria da auto criação -que sustenta, mediante explicações mais ou menos engenhosas, que o universo foi criado por si mesmo, e do nada-, deveria objetar duas coisas: primeiro, que desde o momento que falasse de criação partindo do nada, estaríamos já fora do método científico, posto que o nada não existe e portanto não se pode aplicar o método científico; e segundo, que falta muita fé para pensar que uma massa de matéria ou de energia possa ter criado a si mesma. A auto criação é “um conto de fadas para adultos”.
E a teoria da evolução?
Para quem defende esta teoria, parece que o mundo não é mais do que uma questão de geometria extraordinariamente complexa. Entretanto, por mais que se compliquem as estruturas e por mais que se admita uma vertiginosa evolução em sua complexidade, essa evolução da substância material enfrenta ao menos duas objeções importantes:
1. A evolução jamais explicaria a origem primordial dessa matéria inicial: a evolução transcorre no tempo; a criação é seu pressuposto.
2. Passar da matéria à inteligência humana supõe um salto ontológico que não pode dever-se a uma simples evolução fruto do azar.