A Arquidiocese de Catânia, na Sicília (Itália), decidiu suspender por três anos a prática de escolher os padrinhos para o batismo e confirmação.
Diocese suspende padrinhos de batismo e confirmação
O Arcebispo Salvatore Gristina disse que decidiu suspender temporariamente a nomeação dos padrinhos porque a tradição se tornou um “costume social em que a dimensão da fé é pouco visível”.
Ao mesmo tempo, destacou que “a situação familiar complexa e irregular de tantas pessoas propostas para realizar esta tarefa torna a situação ainda mais delicada”.
“A tradição secular da Igreja diz que o padrinho ou a madrinha acompanham a pessoa que está sendo batizada ou confirmada, para que possam ajudá-la no caminho da fé”, escreveu Dom Salvatore no decreto emitido “ad experimentum e ad trienio”.
Explicou ainda que, mais importante do que a presença dos padrinhos no próprio batismo, é que cumpram a sua “verdadeira função eclesial”.
Segundo o Livro IV do Código de Direito Canônico da Igreja Católica, o padrinho deve ser um católico “que leve uma vida de fé de acordo com o papel a ser assumido”.
O papel do padrinho é ajudar “o batizado a levar uma vida cristã de acordo com o batismo e a cumprir fielmente as obrigações que lhe são inerentes”.
A lei não estipula que os padrinhos sejam obrigados para o sacramento, apenas que “na medida do possível, o batizado deve receber um padrinho”.
Dom Salvatore Genchi, Vigário Geral de Catânia, expressou sua esperança, em uma entrevista à revista italiana Famiglia Cristiana, de que a suspensão temporária de três anos dos padrinhos batismais seja uma ocasião de renovação na qual os católicos venham a compreender melhor as expectativas da Igreja sobre o seu papel.
“Esperamos que as coisas mudem e quem quer que esteja prestes a se tornar padrinho ou madrinha realmente o faça porque pretende ser uma testemunha de um caminho de fé”, disse Genchi.