Você já ouviu falar na Irmã Maria Elizabeth Hesselbad? Uma freira sueca que abrigava judeus em seu convento durante a Segunda Guerra Mundial.
Hesselbad nasceu em 1870, na Suécia, em uma família luterana, era a quinta de dezoito filhos. Quando adolescente, mudou-se para os Estados Unidos e trabalhou como enfermeira na cidade de Nova Iorque. Isso a levou a um contato mais próximo com a fé católica, muitos de seus pacientes pobres eram católicos.
Depois de anos de estudo e oração, finalmente converteu-se à Igreja Católica em 1902. Mas quando ela aproximou-se de um padre, ele estava um pouco cético sobre sua conversão. “Meu padre, me perdoe”, respondeu Elizabeth, “mas eu tenho lutado na escuridão há 20 anos; durante muitos anos estudei a fé católica e pedi a Deus uma fé forte… Agora possuo essa fé e estou pronta para me submeter a um exame sobre todos os pontos da doutrina”.
Depois de mais conversas, o padre admitiu que estava pronta e a recebeu na Igreja três dias depois, na Festa da Assunção.
“Em um instante, o amor de Deus foi derramado sobre mim, eu entendi que poderia responder a esse amor apenas através do sacrifício em vista da Glória de Deus e pela Igreja. Sem hesitação, ofereci a Ele a minha vida, e minha vontade é segui-Lo no Caminho da Cruz”.
Inspirada na vida de Santa Brigída da Suécia, Hesselbad fundou uma nova ordem religiosa para as mulheres dedicadas a servir os doentes. Sua primeira casa foi em sua terra natal, na Suécia, e rapidamente espalhou-se, abrindo casas na Inglaterra, Índia e na Itália.
Durante a Segunda Guerra Mundial, usou essas casas como refúgios para judeus e outras vítimas do nazismo. Também dedicou sua vida ao ecumenismo e a combater o racismo- e seu trabalho deu frutos: ela contribuiu pessoalmente para a conversão de um ministro batista e um rabino judeu em Roma.
Quando estava em seu leito de morte em 1957, suas palavras de despedida para suas irmãs foram: “Vá para o céu com as mãos cheias de amor e virtudes”.
Alguns dos que ela salvou durante a Segunda Guerra, surpreendentemente, estiveram presentes em sua canonização, em junho de 2016. “Ela salvou nossas vidas”, disse Piero Piperno, de 88 anos, à Radio Free Europe, “mas acima de tudo, naqueles tempos obscuros, ela reconheceu a dignidade de nossa religião”, Piperno era judeu.