Afonso e Pedro Sousa têm 24 anos e a partir do dia 3 de julho de 2022, além da mesma data de nascimento e a semelhança física, partilham oficialmente a mesma vocação: o sacerdócio! E explicam a importância da Igreja doméstica para aprender a amar a Deus e conseguir escutar o chamado divino. “O que muitas vezes falta é um ambiente que nos permita responder”, disse um deles.
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Irmãos gêmeos são ordenados sacerdotes: “O primeiro seminário foi a família”
Os dois irmãos reconhecem em primeiro lugar a importância da família na formação católica. “O primeiro seminário foi a família”, disse Pe. Pedro Sousa à Agência Ecclesia da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), ele foi primeiro a entrar no seminário, aos 14 anos.
Pe. Afonso disse que nasceram numa “família cristã”, que foi “a base para a construção da nossa Igreja doméstica”. “Tivemos a primeira Igreja lá. Pedro e eu aprendemos a rezar com nossos pais”. Com eles e as duas irmãs tiveram “as primeiras experiências de vida na Igreja”. Os gêmeos brincavam de celebrar a missa e Pe. Pedro dizia desde criança que queria ser padre.
“Não discerni para o Afonso, nem o Afonso para mim, cada um seguiu o seu caminho sem querer interferir o outro”, disse Pe. Pedro em entrevista à Rádio Renascença. Os irmãos também destacaram que, no seminário, eles tentaram demonstrar que são independentes um do outro.
Pe. Pedro declarou que “neste percurso vocacional, as renúncias não são apenas um ‘não’. Digo ‘sim’ a outras coisas”. Ele citou, por exemplo, o fato de os padres não poderem se casar. Segundo ele, isso “equivale à graça de poder viver como Jesus, com o amor que é para todos. É essencial falar sobre isso porque é relacional e nos constrói como pessoas; não se pode dizer que o padre perdeu seu afeto, ele o ganhou de outra maneira. Renunciamos à relação conjugal para nos doarmos voluntariamente à Igreja“.
Os novos padres esperam que a Jornada Mundial da Juventude que se realizará em Lisboa em 2023 ajude outros jovens a descobrirem as suas próprias vocações. Segundo eles, “o Senhor continua a chamar com a mesma intensidade”. Mas o que muitas vezes falta é “um ambiente que nos permita responder”.
“Se os pais não contam aos filhos a bela experiência de assistir à Missa, se os catequistas não falam da importância do encontro com Jesus, se o padre não chama, então não é fácil. O método pelo qual fomos chamados, Pedro e eu, tem mais de 2 mil anos de garantia! É o método com que Deus chamou os apóstolos“, concluiu Pe. Afonso.