Todos os Papas severamente condenaram o comunismo, por ser uma ideologia materialista e ateia, destruidora da pessoa humana.
Foi um fato impressionante a queda retumbante do comunismo no Leste Europeu em 1989, sem derramamento de sangue. De fato isso não pode ser explicado sem considerarmos a ação de Deus e de Nossa Senhora através do Papa João Paulo II.
“Na verdade 50% da queda do muro (de Berlim) está relacionada a João Pablo II, 30% à Solidariedade e Lech Walesa, e apenas 20% ao resto do mundo. Essa era a verdade naquela época e é a verdade agora”, afirmou Walesa em 2009.
O mundo vivia a “Guerra fria” entre a União Soviética e os países ocidentais. O medo imperava com a possibilidade real de uma guerra nuclear que pulverizaria o planeta.
Muro de Berlim: um dos maiores símbolos dessa divisão
O Muro de Berlim começou a ser construído em 1961, mas os problemas remontam ao final da Segunda Guerra Mundial. Depois que terminou o regime nazista, os aliados dividiram o controle de Berlim, a capital da Alemanha, assim como o país: o lado oriental ficou nas mãos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o lado ocidental sob o controle dos Estados Unidos, Reino Unido e França.
O muro foi construído como um esforço do regime soviético para impedir a fuga do território que controlavam para o lado ocidental e democrático. Deste modo, a estrutura se tornou um símbolo da chamada “cortina de ferro” entre os países ocidentais e a URSS e seus países satélites.
A queda do comunismo começou, entre outros fatos, com a eleição surpreendente do então cardeal polonês Karol Wojtyka, em 1978, que obteve 97 dos 111 votos do Colégio de cardeais.
Sem dúvida esta eleição foi surpreendente para o mundo, não só por escolher um Papa não italiano – o que não acontecia desde Adriano VI (1522-1523) – mas principalmente por ser um Papa que vinha de um país comunista, detrás da “Cortina de Ferro”.
Para Walesa, antes do pontificado de São João Paulo II, “o mundo estava dividido em dois blocos” e “ninguém sabia como se livrar do comunismo. Em Varsóvia (Polônia), em 1979, ele (São João Paulo II) simplesmente disse: ‘Não tenham medo’ e logo rezou: ‘Que o teu Espírito desça e mude a imagem da terra… desta terra’”.
Desde o início do seu pontificado, João Paulo II tinha como objetivo conquistar a liberdade civil e religiosa para as nações dominadas pelo comunismo ateu, sob o qual ele tanto sofreu. Mas o Papa desejava uma mudança sem violência e sem sangue, levando os regimes totalitários a se abrirem lentamente à verdade e à liberdade. E, graças a Deus, foi o que aconteceu.
A Europa dividida criminosamente pelo Muro de Berlim, sempre foi para João Paulo II uma ferida insuportável, um rasgão que precisava ser costurado. Em suas viagens apostólicas pela Europa o Papa polonês começou a denunciar a divisão do continente.
Em uma de suas viagens a Polônia, em 1987, na cidade de Gdansk, reuniu 750 mil pessoas. Ali contou-lhes que todos os dias rezava por sua pátria e por seus compatriotas e cumprimentou o Solidariedade, no meio da alegria e euforia coletiva.
“Sem o Papa polonês, não haveria ocorrido uma revolução de Solidariedade na Polônia em 1980; sem Solidariedade, não teria acontecido nenhuma mudança dramática na política soviética em relação à Europa Oriental sob (Mikhail) Gorbachov; sem essa mudança, não teria ocorrido uma revolução em 1989”, na Checoslováquia, disse o historiador britânico Timothy Garton Ash.
Segundo os observadores políticos, o ato de Gdansk foi um dos atos que deu o começo da derrota do comunismo, primeiro na Polônia e depois em outros países.
O golpe definitivo viria em janeiro de 1989, quando Solidariedade foi legalizado definitivamente e, em agosto desse mesmo ano, quando o católico Tadeusz Mazowiecki, que foi assessor do sindicato, chegou ao poder, derrotando os comunistas.
A Polônia foi a primeira ficha do “efeito dominó”. Sua queda arrastou a Hungria, que abriu suas fronteiras e seus cidadãos fugiram para a Áustria; depois a Alemanha Oriental, cujos cidadãos também fugiram.
Em 9 de novembro de 1989, depois que as autoridades soviéticas permitiram a passagem do leste para o oeste de Berlim, começaram a demolir o muro. Em 1991, Mikhail Gorbachov dissolveu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Foram usados como referências alguns artigos da ACI Digital e da Canção Nova.