Polícia tenta interromper missa na Argentina e sacerdote não permite
Uma tentativa de acabar com uma Missa de Primeira Comunhão viralizou nas redes sociais. Um grupo de policiais entrou nas dependências de uma paróquia para suspender a celebração, mas o padre não permitiu.
O episódio ocorreu no sábado, 1º de maio, na cidade de Adrogué, província de Buenos Aires, Argentina. O Pe. Guillermo Robles, da paróquia de Corpus Christi, estava celebrando a Missa de Primeira Comunhão em um espaço aberto.
Aparentemente, os vizinhos informaram à polícia que havia uma concentração ilegal de pessoas que violava um decreto nacional.
Foi isto que aconteceu durante a Missa:
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O vídeo nos mostra a tentativa de interromper a celebração. A polícia entra no terreno da paróquia para suspender a missa. Enquanto isso acontecia, os paroquianos cantavam.
Os oficiais caminham até o altar e se dirigem ao padre, que no microfone diz:
“Vamos falar tranquilamente, na lei que o governador de Buenos Aires Axel Kicillof aprovo diz que pode ser feito com uma capacidade de 30%, li no jornal”. O padre lembrou que o local tinha capacidade para 400 pessoas, e que no momento havia 120, ou seja, 30%.
O policial respondeu: “o presidente disse ‘sem batismo, sem casamento'”, ao que o padre respondeu: “Ele não disse isso, você está errado. Tem que ler bem, foi o que lemos no jornal”.
A situação foi gerada por uma confusão quanto à interpretação do Decreto 287/2021 emitido pelo Poder Executivo Nacional da Argentina, que, entre muitas disposições, reduziu as reuniões em espaços exteriores a apenas 10 pessoas. Também suspende todos os tipos de eventos religiosos em locais fechados.
Aparentemente, o padre havia lido um decreto anterior que estabelecia a capacidade de 30%.
As declarações do padre
O Padre Guillermo comentou a uma mídia local que a celebração era a Primeira Comunhão de 10 crianças de uma escola. “No ano passado, lhe disseram que não podiam comungar. Fui para confessar naquela escola e as mães me pediram ajuda. As crianças não podem ser deixadas de lado quando a Igreja diz que é preciso estar ao lado dos mais vulneráveis. As mães me pediram e eu não ia dizer não”, disse ele.
Além disso, apesar da tentativa de acabar com a missa, acrescentou: “Eu ia continuar com a missa da mesma forma. Não é um show. Uma vez que começa, é preciso terminá-la. Não é uma brincadeira, estou celebrando Cristo e Cristo é mais importante do que eles e eu”.
Apesar da confusão, o padre Guillermo disse que “os policiais foram muito cordiais. Era notório que eles vieram obrigados. Suponho que um vizinho fez uma reclamação”. E aproveitou para esclarecer que antes, durante e depois da celebração, todos os protocolos contra o coronavírus foram cumpridos. “Medimos a temperatura quando entramos e as pessoas estavam afastadas e de máscaras”, disse ele.
No final, “acabou tudo bem. Seguiu-se a missa e os meninos comungaram. O povo saiu meia hora depois deles, assim que terminamos a missa”.