Sacerdote exorcista alerta para o crescimento do culto ao demônio nos dias atuais
“O satanismo saiu à luz e devemos ter muito cuidado à respeito”, diz o padre dominicano François-Marie Dermine. Ele é o sacerdote exorcista que contribuiu para a criação do “Curso sobre exorcismo e oração de libertação” que se dá em Roma e reúne padres, religiosos e leigos especialistas de todo o mundo.
Em uma entrevista concedida ao National Catholic Register, ele adverte sobre o perigoso crescimento do satanismo nos países ocidentais. Além disso, aumenta o alerta aos católicos que não acreditam ou relativizam a figura do diabo.
O crescimento do satanismo e a figura do demônio distorcida
“Quem nega a existência do diabo é um herege”, diz o padre François-Marie. E esclarece: “o diabo não está no centro da fé, mas sua figura é indispensável para compreender o mistério da fé”.
“Sou um exorcista e me dói muito escutar as pessoas no geral e os sacerdotes em particular negarem a ação concreta do diabo em nossas vidas”, conta.
E identifica a causa da sua decepção: “A morte do diabo pode acompanhar, preceder ou favorecer a de Deus porque torna o conceito de Deus muito abstrato”.
Este esquecimento da ação real do demônio no mundo “faz com que a fé seja árida e intelectualista e nos faz esquecer que realmente necessitamos ser salvos, ajudados e protegidos pelo Senhor”.
O culto ao demônio cresce nas sociedades atuais?
“Sim, vi por experiência própria, mas posso ver inclusive só de dar uma olhada na internet”.
Segundo o sacerdote, “nestes sites, a figura do diabo é louvada abertamente e atrai muita gente, esta figura do diabo que se emancipa de Deus para levar sua vida como lhe agrada”.
Mas além destas formas de satanismo, “também há um crescimento de grupos satânicos reais, ao contrário de no passado, que eram uma realidade muito excepcional. Estão se multiplicando de uma forma muito preocupante”.
O exorcista também conta que vê este crescimento “através das vítimas do satanismo, de ritos perigosos, que vêm me ver e que passaram por um sofrimento sem precedentes, inimagináveis, na própria pele. Pessoalmente, posso dizer que vem me ver mais gente do que antes, lamentavelmente, não posso acompanhar todos. O satanismo saiu à luz e devemos ter muito cuidado à respeito”.
O que, como católicos, podemos fazer?
“A oração é a primeira arma”, diz o sacerdote sobre os leigos. “Mas também para os ministros da Igreja, todos aqueles que têm cargos de responsabilidade”.
E também a educação! Porque “nestes tempos de confusão, em que o diabo tem uma grande avenida em frente dele, os fiéis têm o dever de aprofundar sua fé, de se educar. Necessitamos pensar muito sobre questões de fé e o mundo que nos rodeia”, conclui o sacerdote.