No livro do Pe. José Fortea “História do Mundo dos Anjos” ele narra como foi a batalha entre São Miguel e Lúcifer, e nós queremos compartilhar aqui com vocês.

Lúcifer, o teólogo, o sábio, virou o rosto para os anjos:

“Vocês não percebem que isso não pode acontecer. Que Deus não pode nos pedir coisas sem sentido. Não é você que tem que violar regras para aceitar o inaceitável. É Deus quem está errado”.

E nosso grande teólogo nos falou com um discurso de sutileza insuperável. Seus argumentos tinham uma grande capacidade de encantar a todos. Mas não porque havia magia neles, não. A única magia presente era a sua inteligência formidável.

Diante do discurso rebelde de Satanás, a massa de ouvintes ficou atordoada e, portanto, silenciosa. E então no meio do estupor que todo o Céu apoderou-se com aquele discurso de Lúcifer… todo o Céu ouviu uma vibrante afirmação:

“Quem como Deus”!

Essa afirmação foi como um soco no meio da mesa. E repetiu pela segunda vez com tal bravura, que suas palavras valeram um discurso:

“Quem como Deus!”

Foi como um grito que acordou todo mundo. Sua exclamação para muitos foi mais convincente do que todas as razões do Rebelde.

E assim, ele, o pequeno Miguel, estava de pé diante de Lúcifer e disse encarando-o: “Você é um soberbo”!

No início, quando Lúcifer ainda era respeitado, quando estava no auge de sua honra, ninguém teria ousado fazer isso. Mas Miguel era destemido e suas palavras feriram profundamente Lúcifer. Foi tão doloroso para o Rebelde que virou as costas para Miguel e retirou-se. Lúcifer chorou de raiva, mas não resistiu.

Houve exclamações em todo o mundo angélico. Alguns de descrença, outros com raiva.
No tempo dos anjos, Lúcifer chorou por horas. Mas no nosso tempo, foi como se Lúcifer tivesse voltado imediatamente para enfrentar Miguel.

Lúcifer estava refeito e a batalha começou. Alguns olhavam para ele com admiração. A admiração pelo Líder havia surgido. E embora vozes soltas tivessem sido postas diante de Lúcifer, ele seguiu seu raciocínio. Ele falava como um professor, havia segurança em sua voz, apresentava motivos para a rebelião. Por trás do discurso havia ressentimento. Mas não mostrou um pingo dessa amargura secreta. Nem ele mesmo estava ciente de que estava reagindo segundo a intoxicação do orgulho ferido.

Muitos entre os anjos continuaram a se curvar diante da imagem do Crucificado. Imediatamente as multidões recusaram-se a continuar ouvindo o rebelede, viraram as costas para Lúcifer e observaram a revelação de Jesus Cristo reconhecendo-o como o futuro Rei; enquanto as palavras amaldiçoadas da Rebelião continuaram a ecoar como um eco nos corações de todos os anjos. Um eco que doeu um pouco, um eco que outros queriam apagar. Mas um eco que não desapareceu mais.

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