No mundo contemporâneo, onde as ideias sobre feminilidade e igualdade de "gênero" são frequentemente debatidas, a figura de Santa Edith Stein se destaca como um farol de sabedoria e equilíbrio.

Recentemente, foi proposto que a santa, também conhecida como Santa Teresa Benedita da Cruz, seja declarada doutora da Igreja. Essa proposta sublinha sua contribuição significativa para a filosofia, a teologia e, em particular, para a compreensão católica da feminilidade.

Em um artigo de Scarlett Rose Ford para a National Catholic Register, são explorados os profundos ensinamentos de Stein sobre a identidade feminina e a dignidade intrínseca das mulheres.

A Jornada de Santa Edith Stein

Edith Stein começou sua vida como uma acadêmica brilhante, tornando-se a primeira mulher europeia a obter um doutorado em filosofia. Sua jornada de fé, guiada pela Providência Divina, a levou do judaísmo ao catolicismo, onde encontrou sua verdadeira vocação como carmelita descalça. Stein é lembrada não apenas por sua erudição, mas também por sua profunda espiritualidade e devoção, culminando em seu sacrifício final como mártir em Auschwitz.

Feminilidade Católica Segundo Edith Stein

Os escritos de Santa Edith Stein, particularmente seus Ensaios sobre a Mulher, oferecem uma visão rica e holística da vocação feminina à luz da doutrina católica. Para Stein, cada mulher é chamada a ser esposa e mãe de maneiras diversas, incluindo a maternidade espiritual. Ela acreditava que as mulheres possuem um "gênio feminino" especial, dotado por Deus, caracterizado por qualidades como a sensibilidade, a generosidade e a receptividade. Essas qualidades são vistas como dons de Deus que devem ser cultivados e utilizados para o serviço do próximo e para a construção do Reino de Deus.

O "Gênio Feminino" e a Igreja

As ideias de Stein estão profundamente enraizadas na tradição da Igreja e se alinham estreitamente com o conceito de "gênio feminino" promovido por São João Paulo II. Este termo descreve a contribuição única das mulheres para a vida e a missão da Igreja, particularmente na sua capacidade de amar de maneira autêntica e sacrificial. As doutoras da Igreja, como Santa Teresa de Ávila e Santa Teresinha do Menino Jesus, exemplificam essa força e sabedoria feminina. Edith Stein, em sua vida de oração e sacrifício, mostrou que ser mulher é um dom precioso de Deus que deve ser vivido plenamente, não algo a ser negado ou subestimado.

Relevância Contemporânea

No contexto atual, onde muitas vezes se busca eliminar as diferenças entre homens e mulheres, Stein oferece uma visão profundamente católica. Ela nos lembra que homens e mulheres têm dignidade igual, mas papéis complementares dados por Deus. A verdadeira feminilidade, segundo Stein, não está em competir com os homens, mas em viver plenamente as virtudes femininas que Deus nos deu, especialmente no contexto da família e da comunidade eclesial.

A santa exemplificou que as mulheres podem ser intelectuais e profissionais sem perder sua essência feminina e sua vocação cristã. Ela defendeu a necessidade de espaços exclusivamente femininos, onde as mulheres possam florescer na oração, nos sacramentos e no desenvolvimento de seus talentos de maneira plena e autêntica.

Conclusão

A vida e os ensinamentos de Santa Edith Stein são uma inspiração poderosa para as mulheres de hoje, especialmente em tempos de confusão sobre o que significa ser mulher. Ela nos desafia a abraçar nossa fé e feminilidade com coragem e convicção, vivendo plenamente o chamado que Deus nos deu. Como destaca Scarlett Rose Ford em seu artigo, a proposta de torná-la doutora da Igreja é um reconhecimento merecido de seu impacto duradouro na teologia e espiritualidade católicas.

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