Uma “cadeia de oração para atrair os anjos” feita durante 7 dias para receber a visita das criaturas sobrenaturais em casa está se tornando comum nas redes sociais e levando muitos fiéis a fazerem. Mas o Pe. Pedro Mercado Cepeda, que é presidente do Tribunal Eclesiástico de Bogotá, na Colômbia, fez um alerta.
Em seu Twitter, o Pe. Pedro afirmou: “Esclarecimento. Virou moda nestes dias de quarentena realizar um estranho rito de hospedagem aos anjos. Recomendo ser prudentes com esta prática que não é católica e poderia ter efeitos prejudiciais. Deus os abençoe!”
O rito indica algumas orações a serem recitadas pelas pessoas para receberem os arcanjos e anjos em sua casa na segunda-feira seguinte, após as 22h.
Um site onde a cadeia foi postada diz que o projeto surgiu na Alemanha, após a autora anônima ter assistido ao filme Favores em Cadeia, em que “um menino decide ajudar três pessoas, com algo que não podiam resolver sozinhas, em troca dessas três pessoas também mostrarem gratidão e ajudarem outras três. Foi assim que ela se inspirou para criar a Hospedagem de Anjos e Arcanjos“, explica o site.
As instruções da prática incluem uso de velas e orações especiais durante 7 dias para que os anjos pudessem chegar à casa e conceder três pedidos que o “anfitrião” tivesse escrito em um papel.
Ao terminar, o papel deveria ser queimado e a pessoa deveria escolher outras 3 pessoas para “enviar” os anjos.
Uma imagem dos anjos que não está de acordo com a fé católica
O Pe. Pedro informou que os anjos “podem intervir na vida dos fiéis particularmente como protetores”, como é o caso dos anjos da guarda. Mas é preciso ter cuidado com falsas doutrinas e correntes espirituais que desvirtuem o papel dos anjos na tradição católica. O que pode levar até a idolatria.
“Em certas correntes, especialmente na Nova Era, tende-se a desvirtuar esta sã devoção para transformar em uma forma de idolatria em que os anjos substituem o lugar central de Deus e de Jesus Cristo. Lhe são atribuídas funções e poderes que não têm”, advertiu.
O sacerdote ressaltou que esta prática de hospedagem de anjos não tem base católica, principalmente pelas orações não mencionarem Deus ou Jesus Cristo, apresentando os anjos como “criaturas autônomas sem referência alguma a respeito do Criador”.
“Fala-se de energias cósmicas e nunca se cita a Sagrada Escritura”, acrescentou.
E finalizou: “Quero recordar que nossa fé é cristológica e cristocêntrica. Nada nem ninguém pode ou deve substituir o lugar de Cristo em nossa vida espiritual. É claramente desviada uma devoção aos anjos que não nos ajude a avançar no nosso seguimento a Jesus Cristo como discípulos missionários do seu Evangelho“.