Refletindo sobre o incrível dom da maternidade decidi partilhar com vocês algumas percepções sobre esta jornada maravilhosa!

São apenas 7 pontos, mas certamente teríamos muitos outros a elencar.

Confiram!

1. Que a maternidade é essencialmente boa. Trazer um ser humano ao mundo, participar da criação divina de modo tão intenso é, por si só, um milagre. Acontece que milagres nem sempre excluem a possibilidade de terem sofrimentos envolvidos em seu processo. Louvar e agradecer por isso, pela dor e pelo amor, nos ajuda a viver nossa missão;

2. Doi. Doi. Amar doi. Ser mãe doi. Ser pai doi. Doi ver o filho sofrer, doi ver o filho crescer. Doi quando ele deixa o peito, quando ele pega o peito (às vezes machuca), quando ele não cabe mais no seu colo, quando muda do berço para a cama. Quando muda de cidade, quando escolhe errado, quando não te ama. Quando te ama. Quem nunca chorou de dor e de alegria ao mesmo tempo? Seja fisicamente ou emocionalmente, doi. Rejeitar o sofrimento só faz com que ele seja estéril. Se for pra sofrer, que seja participando dos sofrimentos de Cristo. Desse jeito vale muito!

3. Autoconhecimento. Sim. Quando as crias chegam, a gente começa a se enxergar melhor. Nossas virtudes, mas sobretudo nossos limites e pecados. A gente descobre também que tem mais força do que imaginava pra ir além das nossas misérias e egoísmos, vê o quanto necessita da graça de Deus para colaborar com a felicidade plena dos nossos filhos. Caso contrário, é receita de fracasso para toda a família;

4. Descobrimos os nossos valores. Não que quem não tem filhos não tenha valores. Mas quando somos pais, sempre nos deparamos com momentos em que devemos nos posicionar – às vezes indo contra uma cultura, ideias passadas em nossa criação, experiências que adquirimos até ali – e lutar pelo que acreditamos que fará de nossos filhos homens e mulheres virtuosos. E não apenas nos perguntamos, mas encontramos os nossos valores!

5. Buscamos a ordem. Ou deveríamos buscar. Quem me conhece sabe o quanto eu sou desorganizada e às vezes bagunceira, mesmo. Mas depois que eu casei (com um marido organizado e disciplinado, graças a Deus! ) eu fui me deparando com a necessidade da ordem na minha vida e na minha família. Às vezes, em nome da “maternidade real”, vejo pessoas enaltecendo a sujeira, a bagunça, a desordem e o caos como se fossem atributos, condições que devem ser assumidas como ordinárias e da classe: “aceita que será assim para sempre”. E não é por aí. É verdade que depois dos filhos, os padrões mudam, mas como é que vamos formar cidadãos que deixarão coisas boas neste mundo se não somos capazes de oferecer a eles o valor de perseguir a excelência e a ordem? Vejam bem: perseguir, ter por meta, caminhar para. É disso que estou falando. (Meu status é este: buscando a perfeição no amor e nas coisas básicas da vida. Até aqui meu sobrenome foi desordem.)

6. O casamento passa por ajustes. Só tenho dois filhos e sou capaz de testemunhar que, quando eles chegam, aumenta o amor, mas podem aumentar também as tensões. É nestas horas que me lembro de um conselho que recebi e não me lembro mais de quem: antes de ser mãe, sou esposa. Não que estas realidades devam caminhar separadas e em ruptura, como se o “ser” pudesse ser confundido com “atividades de mãe”, “tarefas de esposa”. Não é isso. A fonte da paciência, da ternura, da vontade de ser alguém melhor, vem do Amor de Deus. Sendo o meu esposo o meu “primeiro outro”, experimento em seu abraço e acolhimento a cura do Amor de Deus. Se este canal não é cuidado e valorizado quando chegam os filhos, a tendência é um fechamento que esteriliza toda e qualquer iniciativa de crescimento humano e espiritual. Então, vamos nos amar, nos acolher! Não tem coisa melhor para os filhos do que ter pais que se amam.

7. Ter Deus como herança. Aqui eu não preciso me alongar. O meu amor é imperfeito, minha paciência é limitada, meus pecados são muitos. Minha maternidade é insuficiente. Jamais posso achar, num acesso voluntarista, que eu (e o pai) sou o bastante na vida dos meus filhos. E que o meu amor é suficiente ou que sou capaz de impedir que eles sofram. Nenhum mortal é capaz de suportar este fardo. Por isso, minha gente, aproximemos nosso coração de Deus e levemos nossos filhos conosco. “Só Jesus de Nazaré é capaz de satisfazer todas as aspirações do coração humano”, disse São João Paulo II.

Publicado originalmente em Mãe Das Crias.

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