O ex-governador de São Paulo e vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), causou indignação de muitos cristãos nas redes socias por uma fala falsamente atribuída a um santo, que teria afirmado que o inferno existe, mas está vazio. De onde ele tirou isso? Por que este ensinamento não está de acordo com a Igreja Católica? Aqui te explicamos.

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Em um vídeo postado no Instagram, o político segura uma estátua de Santo Agostinho e diz, supostamente citando o santo em questão: “acredito piamente na existência do inferno, e acredito ainda mais piamente que não tem ninguém no inferno”, e completa dizendo: “Deus é amor”.

Porém, ao contrário do que indica o socialista, tal frase nunca foi dita por Santo Agostinho, nem consta em nenhuma de suas obras literárias. Além do mais, fere profundamente o entendimento de Cristo e da Igreja sobre o inferno.

Veja o vídeo:

O que Jesus e a Igreja dizem sobre o inferno?

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), no parágrafo 1033, diz que “Jesus fala muitas vezes da ‘gehena’ do ‘fogo que não se apaga’ reservada aos que recusam, até ao fim da vida, acreditar e converter-se, e na qual podem perder-se, ao mesmo tempo, a alma e o corpo. Jesus anuncia, em termos muitos severos, que ‘enviará os seus anjos que tirarão do seu Reino […] todos os que praticaram a iniquidade, e hão-de lançá-los na fornalha ardente’ (Mt 13, 41-42), e sobre eles pronunciará a sentença: ‘afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno’ (Mt 25, 41).”

E o CIC é categórico: “A doutrina da Igreja afirma a existência do Inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, ‘o fogo eterno’. A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira.

As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: ‘Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!’ (Mt 7, 13-14)”, continua o CIC no artigo 1036.

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É preciso ressaltar que “Deus não predestina ninguém para o Inferno. Para ter semelhante destino, é preciso haver uma aversão voluntária a Deus (pecado mortal) e persistir nela até ao fim.” (CIC 1037).

A Igreja também ensina que Deus, apesar de ser “amor”, também é o Justo Juiz que julgará a todos conforme a vida e as escolhas que fizeram. Como diz o evangelista São Mateus, Cristo virá “na sua glória, com todos os seus anjos […]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. […] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna” (Mt 25, 31-33.46).

Portanto, a “mensagem do Juízo final é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens ‘o tempo favorável, o tempo da salvação’ (2 Cor 6, 2).”

Ou seja, não há dúvidas: nosso destino eterno depende de quem escolhemos ser nesta vida, se escolhemos amar a Deus e fazer o bem ou não, por isso, pregar que “o inferno está vazio” é claramente uma heresia. Não percamos a esperança, e lutemos para alcançar o Céu enquanto há tempo (pois não sabemos quanto nos resta).

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