No último dia 2 de outubro, Festa dos Santos Anjos da Guarda, Papa Francisco recebeu em audiência o Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e o autorizou a promulgar os Decretos que proclamam cinco novos Beatos e reconhece as Virtudes Heróicas de três novos Servos de Deus.
Entre os novos beatos está a brasileira Benigna Cardoso da Silva.
Benignina nasceu no dia 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (Ceará) e morreu mártir em 24 de outubro de 1941. A adolescente de 13 anos é considerada “Heroína da Castidade”, pois foi assassinada depois de recusar-se a entregar sua pureza a um jovem que a assediava.
A “Heroína da Castidade”
Filha de José Cardoso da Silva e Thereza Maria da Silva, ficou órfã de pai e mãe muito cedo, sendo adotada juntamente com seus irmãos mais velhos pela família “Sisnando Leite”.
Era uma jovem muito simples e cheia de humildade. Modesta por natureza, tímida, reservada e meditativa, não usava vestidos sem mangas, curtos nem com decotes. Sua generosidade, carisma e simpatia a fazia querida e cativada por familiares, amigos e conhecidos, tornando-se um modelo de juventude para época.
Em casa, desenvolvia bem todas as tarefas domésticas, com intuito de ajudar sua família adotiva. Era boa filha, sempre obediente e prestativa.
Extremamente religiosa e temente a Deus, nutria um grande desejo de fazer a Primeira Eucaristia, e depois desse sonho realizado, seguia à risca os mandamentos divinos. Era assídua na participação eucarística.
Aos 12 anos de idade, Benigna começou a ser assediada por um rapaz chamado Raul Alves com propostas de namoro, rejeitadas de forma categórica por ela, que nada queria com ele.
Durante vários meses Raul assediou a moça, que sempre o rejeitou, pois não tinha aintenção de namorar e porque desejava gastar seu tempo com as coisas de Deus.
Até que na tarde do dia 24 de outubro de 1941, Benigna foi buscar água em um poço próximo à sua casa, e Raul ficou à espreita atrás do mato.
Aproximou-se da jovem e tentou seduzi-la, e mais uma vez foi rejeitado. Ele tentou agarrá-la e Benigna lutou bravamente contra seu agressor.
Raul percebendo que a jovem não cederia, enfureceu-se e sacando um facão a golpeou cortandl-lhe os dedos da mão. Ela continuou a lutar, dizendo que preferia a morte a pecar contra a castidade.
Depois disso foi atingida na testa, nas costas e por fim no pescoço.
Padre Cristiano Coelho, vigário da região na época e confessor de Benigna deixou escrito, na época, ao lado do seu batistério:
”Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha.”
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O assassino de Benigna
O assassino foi preso, pagou pelo seu crime e, arrependido, voltou ao local 50 anos depois para chorar, elevar preces e pedir perdão a Benigna. Neste retorno, relatou sua mudança de vida, sua conversão ao cristianismo.
Segundo ele, seu ato foi de loucura e “ela se mostrou virtuosa, quando resistiu para não pecar e não apenas para ver se escaparia.”
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Beata Benigna, “Heroína da Castidade”, rogai por nós!
Para quem desseja conhecer mais sobre a nova beata brasileira, um grupo de devotos criaram um blog dedicado a ela: Jovem Benigna.