Neste ano, por causa da pandemia do coronavírus, a competição culinária MasterChef Brasil está adotando um novo formato, ao invés de vários cozinheiros disputando o troféu ao final da temporada, agora cada episódio tem um vencedor próprio.

E na última terça-feira (3), a vencedora foi ninguém menos que uma freira católica! A Irmã Lorayne Caroline Tinti, de 33 anos, foi quem mais agradou o paladar dos jurados e, de quebra, ainda levou seu testemunho cristão à televisão nacional.

A religiosa pertence à Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Ressurreição, em Catanduva (SP), há 15 anos, e conta que decidiu ir para o programa para ser uma inspiração.

“Inspiração para ser freira ou para cozinhar bem?”, brincou a apresentadora Ana Paula Padrão. “Vamos juntar as duas coisas?”, respondeu a irmã. E continuou: “Mostrar que nós, enquanto vida religiosa, podemos estar em todos os espaços e também mostrar o amor pela culinária“.

Ir. Lorayne precisou preparar dois pratos que nunca havia preparado antes para poder levar o troféu. “Eu já tinha comido o tiramisù, fui apresentada a ele no ano passado, mas não tinha memória de como ele era. Rafaela me ajudou com a receita e pedi a intercessão de todos os santos. Era Deus me falando pega isso, pega aquilo e assim eu fiz“, disse ela ao site do programa.

Testemunho, comida boa e solidariedade

Ela explicou ainda que para participar do programa, precisou da permissão da Madre Superiora e contou com o apoio das outras irmãs. “Ela [a madre] precisou a interferência das outras e virou uma torcida, então elas estão aqui comigo também”.

Além do testemunho, a religiosa também tinha um nobre motivo para lutar pelo prêmio. “Essa edição tem também um cunho solidário, então justamente acho que voltar para as nossas instituições. Lá no Vale do Jequitinhonha nós lidamos com adolescentes, e a gastronomia pode dar para eles dignidade e realmente o seu sustento”, completou.

Ao receber o prêmio, Ir. Lorayne dedicou-o a todos os missionários: “Aqui tem muita gente comigo, cada uma das mulheres que já passaram pela minha vida e também todos os trabalhos que já realizei e pude conhecer, muitas pessoas, muitas culturas”.

Então, todos os missionários, todos aqueles que fazem o bem estão aqui comigo, aqueles que têm amor pela culinária. Nós temos um trabalho social e neste trabalho social, nós tentamos ensinar as crianças e os adolescentes de que, sim, a gastronomia é um caminho para você ter dignidade para o resto da vida, para isso ser um trabalho, mas um trabalho com amor”.

Para ela, estar no MasterChef foi uma ótima oportunidade de dar seu testemunho e evangelizar: “Como as pessoas não nos conhecem, muitos acham que só temos proibições, mas também estamos passando por transformações e mudanças. A vida religiosa pode, sim, estar em todos os lugares; a junção de gastronomia com a igreja é muito real

“Estar no MasterChef é mostrar que a gente também come, cozinha e está inserida no contexto tecnológico”.

Você pode assistir ao programa completo aqui:

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