O Papa Francisco está em sua 25º Viagem Apostólica, e seu destino dessa vez é a Lituânia, Letônia e Estônia.

Em sua passagem pela Lituânia, o Papa ficou emocionado ao visitar o Museu das Ocupações, o local foi sede dos escritórios da KGB durante a ocupação comunista da região e antes disso abrigou a Gestapo, durante a ocupação nazista. O espaço possui 20 celas onde os perseguidos pela ditadura assassina e genocida eram torturados e ficavam presos.

Sua Santidade visitou as celas 9 e 11, onde acendeu uma vela, e a sala das execuções.

No pátio externo o Papa depositou flores e fez a seguinte oração:

“Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?” (Mt 27, 46).

O vosso grito, Senhor, não pára de ressoar, ecoando dentro destas paredes que recordam os sofrimentos vividos por tantos filhos deste povo. Lituanos e originários de diferentes nações sofreram na sua carne o delírio de omnipotência daqueles que tudo pretendiam controlar.

No vosso grito, Senhor, ecoa o grito do inocente que se une à vossa voz e se eleva para o céu. É a Sexta-feira Santa do sofrimento e da amargura, da desolação e da impotência, da crueldade e do absurdo que viveu este povo lituano face à ambição desenfreada que endurece e cega o coração.

Neste lugar da memória, nós Vos imploramos, Senhor, que o vosso grito nos mantenha despertos. Que o vosso grito, Senhor, nos liberte da doença espiritual que sempre nos tenta como povo: esquecer-nos dos nossos pais, de quanto viveram e sofreram.

Que, no vosso grito e na vida dos nossos pais que tanto sofreram, possamos encontrar a coragem de nos comprometermos, com determinação, no presente e no futuro; que aquele grito seja estímulo para não nos adequarmos às modas do momento, aos slogans simplificadores e a toda a tentativa de reduzir e tirar a qualquer pessoa a dignidade de que Vós a revestistes.

Senhor, que a Lituânia seja farol de esperança; seja terra da memória operosa, que renova os compromissos contra toda a injustiça. Que promova esforços criativos na defesa dos direitos de todas as pessoas, especialmente das mais indefesas e vulneráveis. E que seja mestra na reconciliação e harmonização das diferenças.

Senhor, não permitais que sejamos surdos ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu.

Amém!

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