O escritor norte-americano William Peter Blatty, autor da obra ‘O Exorcista’ e roteirista do filme homônimo, faleceu em 12 de janeiro de 2017, aos 89 anos. O teólogo espanhol José Antonio Fortea, autor da ‘Summa Daemoniaca’ e ‘Exorcística’, recordou o impacto do texto e do filme, até mesmo para muitos “que não acreditam em milagres nem em nada extraordinário”.
William Peter Blatty, nascido em 7 de janeiro de 1928, publicou ‘O Exorcista’ em 1971. Seu livro chegou a ser um dos mais vendidos do ‘New York Times’ durante 17 semanas e vendeu mais de 13 milhões de exemplares somente nos Estados Unidos.
Em seguida, Blatty adaptou o seu livro para o roteiro do filme ‘O Exorcista’, dirigido por William Friedkin, e ganhou o Oscar por este trabalho.
Em ‘O Exorcista’, Blatty se inspirou no caso real de um menino de Saint Louis, Missouri (Estados Unidos), conhecido com os pseudônimos de “Roland Doe” e “Robbie Mannheim”. O menor ficou possuído pelo demônio depois de brincar com o tabuleiro da ouija.
Em declarações ao Grupo ACI, Pe. Fortea recordou que, depois de ‘O Exorcista’, “Blatty não voltou a escrever nenhuma obra famosa a não ser este livro, que deu origem ao filme”, enquanto “o diretor do filme, Friedkin, não voltou a dirigir nenhum filme memorável em toda a sua vida”.
“Dá a sensação de que Deus escolheu este escritor e este diretor para ter um êxito mundial que recordasse nos anos setenta a realidade da existência do demônio e do poder do exorcismo”, indicou.
“Sem exagero, podemos afirmar que o que todo mundo soube acerca do exorcismo durante uma geração foi o que assistiram neste filme”.
O Pe. Fortea assinalou que apenas “trinta anos depois começariam a aparecer outros filmes sobre o mesmo tema”, entretanto “a sua qualidade foi muito inferior, com exceção do filme ‘O exorcismo de Emily Rose’”.
Segundo o teólogo espanhol, “Deus escolheu dois desconhecidos, através deles surgiu uma obra cinematográfica que é um clássico e, depois que esta missão foi realizada, voltaram à escuridão”.
“Para realizar os seus planos, Deus pode escolher qualquer pessoa, elevá-la às alturas e devolvê-la ao seu lugar”, indicou.
“É interessante o poder de um filme. Muitas pessoas – na verdade, milhões no mundo inteiro – que não acreditam em milagres, nem em nada extraordinário, entretanto, ficaram profundamente impressionadas e estavam abertas à possibilidade de que houvesse ‘algo’”, recordou.
Alguns trechos extraídos de ACI Digital.