No dia 14 de setembro a Igreja Católica celebra a exaltação da Santa Cruz de Jesus, mas se Jesus é o nosso Deus e Salvador, por que a necessidade de exaltar também o instrumento em que ele foi morto? O bispo Demetrio Fernández, de Córdoba, na Argentina, deu uma excelente resposta para esta pergunta!

Confira a sua explicação:

“O sinal do cristão é a santa Cruz. Para os muçulmanos, seu símbolo é a meia lua. Para os judeus, a estrela de Davi (de seis pontas). O sinal do cristão é a santa Cruz, porque nela morreu nosso Senhor Jesus Cristo para redimir todos os homens. No princípio, a cruz era a pena capital segundo a lei romana; entre os judeus daquele tempo, a pena capital era o apedrejamento. Jesus foi condenado à pena capital na cruz por Pilatos, governador romano na província romana da Palestina. A crucifixão era uma pena capital horrível de de morte lenta, por esgotamento ou por sangramento e asfixia”.

“Jesus se submeteu livremente à morte de Cruz, nos recordam os textos bíblicos, como o momento supremo da sua oferta. Ele é o cordeiro de Deus, que substitui os cordeiros dos antigos sacrifícios, oferecido como expiação pelos pecados do povo, oferecido como sacrifício de comunhão, oferecido em sacrifício de holocausto (destruição total da vítima). Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, carregando-o sobre suas costas. A imagem que ficou impressa no olhar dos discípulos de Cristo foi a da Cruz, onde foi cravado nosso Senhor e Redentor”.

“Chegando ao dia 14 de setembro, celebramos a festa litúrgica da Santa Cruz, completada com as 15 dores de Maria, sua mãe, junto à Cruz. Mais uma vez, ele e ela vão sempre juntos, porque junto à Cruz de Jesus estava sempre a sua mãe Maria, em atitude de sintonia e colaboração. Neste momento supremo, Jesus nos dá como mãe a sua mesma Mãe, Maria. A festa é, portanto, da santa Cruz e da Virgem das Dores, com um tom festivo e vitorioso. E já não é a Cruz da sexta-feira santa que a todos espanta, é a Cruz vitoriosa na qual Jesus viveu a morte com liberdade, amou até o extremo de dar a vida, venceu pela ressurreição o pecado, a morte e Satanás“.

A Cruz é o sofrimento vivido com amor. A Cruz se tornou no símbolo do amor. Não basta o sofrimento, que a tanta gente separa de Deus, como se Deus tivesse culpa das nossas dores (porque não foi capaz de remediá-la). Não basta o amor, que em tantas ocasiões tem aspectos poéticos e idealistas, e às vezes fica apenas em palavras bonitas. A Cruz é o sofrimento vivido com amor, vivido em liberdade. É um amor que se expressa dando a vida, perdendo a própria vida. É um sofrimento que se vive no amor, no dom de si mesmo, alcançando uma fecundidade ilimitada. É isto que celebramos em 14 de setembro”.

“Em definitivo, trata-se de seguir a Ele, de viver com Ele, de viver como Ele; e isso inclui a cruz de cada dia. Mas se O seguimos, é porque venceu a morte, o egoísmo, o pecado; e nós queremos viver desta liberdade que Ele nos alcançou e que ninguém mais nos pode dar. Se morremos com Ele, reinaremos com Ele“.

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