A Arquidiocese de Mariana (MG) anunciou que a Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos será beatificada no dia 10 de dezembro de 2022, em Barbacena (MG). O anúncio foi feito por meio de um comunicado oficial assinado pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos.
Em 27 de outubro de 2021 o Papa Francisco havia aprovado o martírio dela, que aconteceu em Juiz de Fora (MG) em 1º de setembro de 1982.
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Serva de Deus brasileira será beatificada em dezembro; conheça sua história!
“Neste dia, 23 de junho de 2022, em que celebro o quarto ano de minha posse canônica na Arquidiocese de Mariana”, inicia Dom Airton, “comunico a todos os Diocesanos, a alegre notícia que recebemos no dia 22, ontem, do Dr. Paolo Vilotta, Postulador da Causa de Beatificação da Venerável Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos, sobre o dia em que, exultantes, celebraremos o dia de sua Beatificação.
O documento inclui um trecho da carta do Postulador Dr. Paolo, que diz: “…O Sumo Pontífice concedeu que o Rito da Beatificação da Venerável Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos aconteça no dia 10 de dezembro de 2022 na cidade de Barbacena (Brasil). O representante do Sumo Pontífice será o eminentíssimo Sr. Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério da Causa dos Santos.”
“No mês de outubro de 2020, o Santo Padre, Papa Francisco, já havia reconhecido o martírio da Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos, mas devido a Pandemia não foi possível marcar a data deste grande evento eclesial.
Agora temos a alegria de nos prepararmos para esta grande celebração que será repleta de bênçãos para toda a Igreja no Brasil e particularmente para a nossa Arquidiocese de Mariana”, conclui o Arcebispo.
Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos
Isabel Cristina nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora em 1982 se preparar em um curso pré-vestibular. Estudava, namorava, participava de festas, mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.
No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem que foi montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde se mudara com seu irmão, tentou violentá-la. Ao oferecer resistência, recebeu uma cadeirada na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15 facadas. Um crime cruel que abalou a família e todos que tomaram conhecimento do caso.
A forma como foi morta, mas sobretudo como viveu, motivou um grupo de pessoas a entrar com o pedido do processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. A causa foi conduzida por um Tribunal Eclesiástico instituído por Dom Luciano, que durante oito anos colheu depoimentos de quase sessenta pessoas, reunindo documentos, ouvindo testemunhos, permitindo assim formalizar o processo.
O fato de Isabel Cristina ter sido batizada e feito a Primeira Comunhão na Matriz da Piedade, pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, e sobretudo para facilitar a visitação, decidiu-se que seus restos mortais ficariam no Santuário da Piedade. O caixão de madeira com os restos mortais foi lacrado pelo Arcebispo Dom Geraldo, na presença do Postulador, e depois colocado num sarcófago de granito na Capela dos Passos. Também a caixa com toda a documentação foi lacrada e entregue ao sr. Agostini, portador delegado, que a entregou na Congregação para os Santos.
Oração pela sua beatificação e canonização:
“Pai, Filho e Espírito Santo, adoramos-Vos e bendizemos-Vos, pela força e coragem que dais a muitos de vossos filhos. Há tantas almas generosas, que nos elevam pelo seu exemplo!
Sede louvada, Trindade Santa, na pessoa da Serva de Deus Isabel Cristina, que deu a vida em defesa de sua pureza e virgindade. Dai-nos a graça de imitá-la e, se for de Vosso agrado, concedei-lhe a honra dos altares, como recompensa de sua oblação. Assim seja.”