Em uma declaração emitida no dia 30 de dezembro de 2020, a Congregação para a Doutrina da Fé pediu para que não se promovessem “as supostas aparições e revelações” associadas ao título de “Nossa Senhora das Nações”. Foi o que disse o bispo holandês responsável por avaliar as aparições.
Trata-se de um conjunto de supostas visões (56, segundo o que se alega) que Ida Peerdeman, uma secretária que mora em Amsterdam afirmou ter recebido entre 1945 e 1959.
Em 25 março de 1945, viu a primeira aparição de uma mulher banhada em luz que se referia a si mesma como “A Senhora” e “Mãe”. Em 1951, a mulher supostamente lhe disse que desejava ser conhecida como “A Senhora de todas as Nações”.
Neste mesmo ano, o artista Heinrich Repke criou uma pintura da “Dama”, que a representa de pé sobre um globo e na frente de uma cruz.
Vaticano adverte os fiéis sobre a devoção da “Senhora de todas as Nações”
O bispo Johannes Hendriks, de Haarlem-Amsterdam, comunicou que o escritório doutrinal do Vaticano considera que o título de “Senhora das Nações” de Maria é “teologicamente aceitável”.
“No entanto, o reconhecimento deste título não pode ser entendido, nem sequer implicitamente, como o reconhecimento da sobrenaturalidade de alguns fenômenos dos que parecem provir”.
“Neste sentido, a Congregação para a Doutrina da Fé reafirma a vigência do juízo negativo sobre a sobrenaturalidade das supostas “aparições e revelações” à Sra. Ida Peerdeman aprovado por São Paulo VI em 05/04/1974 e publicado em 25/05/1974”.
“Este julgamento implica que todos são instados a cessar qualquer propagação sobre as alegadas aparições e revelações da Senhora de Todas as Nações. Portanto, o uso de imagens e orações não pode ser considerado de forma alguma um reconhecimento, nem mesmo implícito, da sobrenaturalidade dos fatos em questão“.
Ainda em 1956, o bispo Johannes Huibers de Haarlem havia declarado que depois de uma investigação, não havia encontrado “evidência da natureza sobrenatural das aparições”.
Por último, o bispo Hendriks assinalou que: “O uso do título ‘Senhora de Todas as Nações’ para Maria em si mesmo é teologicamente aceitável. A oração com Maria, através da intercessão de Maria, Mãe de nossos povos, serve para o crescimento de um mundo mais unido, no qual todos se reconheçam como irmãos, todos criados à imagem de Deus, nosso Pai comum”.
Resta ainda um ponto importante que todos os católicos devem considerar: “Em relação ao mero título ‘Senhora’, ‘Mãe’, ou ‘Mãe de todas as nações’, a Congregação em geral não se opõe ao uso, sempre que esteja claramente separado das supostas aparições”.
“Se invoca-se a Virgem Maria sob este título, os pastores e fiéis devem estar seguros de que todas as formas desta devoção se abstenham de qualquer referência, inclusive implícita, a supostas aparições ou revelações”.