Durante a Quaresma recordamos os quarenta dias que Jesus passou no deserto preparando-se para a Páscoa. Ali jejuou, rezou e foi tentado pelo diabo.
Ir ao deserto significava, desde os primórdios do cristianismo, uma oportunidade de seguir os passos de nosso Mestre. Ir para o deserto significa fugir da realidade mundana, abandonar os confortos da vida cotidiana e encontrar Deus. Foi assim que muitos santos o fizeram, como Santo Antonio, pai dos anacoretas, ou São Pacomio, pai dos cenobitas.
Afastar-se do mundo para encontrar Deus não é coisa do passado. “Quando um dia inteiro (pelo menos sete horas) é dedicado ao Senhor em silêncio e solidão, esse dia se chama Deserto”, disse o padre Ignacio Larrañaga.
E é assim que podemos imitar Jesus!
[Leia também: O grande poder do silêncio: 3 belas formas de rezar como os santos]
Você quer passar um dia no deserto como Jesus? É isto que recomenda este padre
Para fazer um Deserto, é necessário:
- Sair do lugar onde vive ou trabalha, e retirar-se para um lugar solitário, seja um campo, uma floresta, uma montanha ou um Lar de Idosos.
- Ter um conjunto de textos bíblicos, salmos, exercícios de relaxamento
- Um caderno para registrar meditações e fazer anotações.
Quando tiver tudo isso pronto, você pode iniciar seu Deserto e seguir estas orientações:
- Comece com uma leitura orante dos salmos. (60 minutos)
- Se as distrações o invadirem, para ficar focado você pode fazer exercícios de relaxamento, concentração e silenciamento. (30 minutos)
- Momento de diálogo pessoal com o Senhor Deus. Um diálogo não necessariamente de palavras, mas de interioridades, falar com Deus, estar com Ele, amar e sentir-se amado. (65 minutos)
- Procure ter intervalos de descanso em que o importante seja não fazer nada, apenas descansar.
- Não pode faltar no Deserto uma leitura meditativa prolongada, utilizando os textos bíblicos, confrontando a sua vida pessoal e apostólica com a Palavra de Deus. (80 minutos)
- Neste ponto também não deve faltar um diálogo prolongado com Jesus Cristo, especificamente com Ele. Fale com Ele como um amigo fala com outro amigo. (50 minutos)
- Para encerrar o Deserto, faça um exercício intensivo de abandono: cure novamente as feridas, aceite as rejeições, perdoe-se e perdoe, consolide e fortaleça a paz. (40 minutos)
Finalmente, o Padre Larrañaga dedica-nos algumas palavras: “Não fique eufórico nas consolações, nem deprimido na secura. O critério seguro da presença divina é a paz. Se você tem paz, mesmo em plena aridez, Deus está com você. E lembre-se de quantos desertos Jesus fez”.