A ideia da nossa Crítica Católica de Filme não é analisar de forma técnica e profissional, nem só falar de boas produções, mas também comentar sobre as que não têm muito a acrescentar (ou que podem até prejudicar) a nossa fé. Não queremos oferecer respostas prontas, e sim reflexões que te ajudem a buscar a santidade até na hora da diversão! Vamos nessa?
O filme conta a história de Philippe (François Cluzet), um homem muito rico que ficou tetraplégico após sofrer um acidente. Precisando de alguém para cuidar dele e auxiliar nas tarefas do dia a dia, ele contrata Driss (Omar Sy), um rapaz pouco habituado à função, mas que logo de cara ganhou a sua simpatia.
Apesar das muitas dificuldades iniciais, foi surgindo uma amizade entre os dois, porque diferente de muitas pessoas, Driss não via Philippe apenas pela sua debilidade física ou como alguém ‘digno de pena’. E Philippe passou a confiar em Driss justamente por não se sentir só um “doente” nas mãos de alguém que era pago para cuidar dele. Amizade é isso! É ver no outro a face de Cristo, ser solidário, amar e cuidar, tanto nos bons momentos quanto nos maus.
Socialmente falando, podemos entender pelo título do filme que Driss era “intocável” por sua condição marginalizada de imigrante na França e Philippe por viver preso entre os muros de sua mansão. Mas é possível ir além. Ambos se sentiam alheios ao mundo, mas, juntos, tornaram-se intocáveis, ou seja, nada os podia deter. Não é assim que nos sentimos quando estamos entre amigos? A coragem toma o lugar do medo e nos sentimos fortes para enfrentar dificuldades que, sozinhos, não conseguiríamos.
É uma comédia que transmite mensagens e valores como a fidelidade, o companheirismo e o serviço aos amigos verdadeiros; e como é importante deixarmos nossas vidas serem “tocadas” por alguém, algo que muitas vezes não fazemos por autossuficiência ou insegurança.
Em Portugal, o filme se chama “Amigos Improváveis” e, de fato, nos mostra que não há situação certa para se encontrar amigos verdadeiros; amizade é dom de Deus e Ele mesmo se encarrega de colocá-los em nosso caminho. E quem os encontra, descobre um tesouro (Eclo 6,14-15).