A ideia da nossa Crítica Católica de Filme não é analisar de forma técnica e profissional, nem só falar de boas produções, mas também comentar sobre as que não têm muito a acrescentar (ou que podem até prejudicar) a nossa fé. Não queremos oferecer respostas prontas, e sim reflexões que te ajudem a buscar a santidade até na hora da diversão! Vamos nessa?

Oliver Twist é uma das várias adaptações da clássica história de Charles Dickens, em que um órfão, após uma vida conturbada, foge para Londres em busca de uma vida melhor e acaba se juntando a um grupo de meninos batedores de carteira.

Uma das coisas mais interessantes no filme é a inocência de Oliver, que sempre acaba sendo comentada e até ridicularizada pelos outros personagens. Mas ao olharmos para ele, suas atitudes e sua postura podemos ver claramente o que Jesus nos pede quando quer que tenhamos um coração puro como o das criancinhas.

Oliver não está na melhor situação sempre, nem com as melhores pessoas, mas ele sabe o certo a fazer (na maioria das vezes), ainda que não tenha tido a melhor educação ou pais por perto. Diz o Catecismo da Igreja Católica que “a consciência é o núcleo mais secreto e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa na intimidade do seu ser” (CIC 1776). E isto é interessante de ver na vida de Oliver, que mesmo o ambiente e as companhias tentando influenciá-lo, ele faz suas próprias escolhas. E estas sempre devem nos impelir a fazer o bem e evitar o mal.

Apesar de muitos aproveitadores e pessoas sem caráter, também vemos belos exemplos de pessoas que sabem olhar para as outras e enxergar o que ninguém mais consegue ver. Como diria Santa Faustina, “ainda que uma alma esteja como morta, Deus não vê as coisas dessa forma”, Ele sempre espera e luta por cada um de nós, não importa quantas escolhas erradas ou má decisões já tenhamos tomado, Ele, como o Pai misericordioso, nos espera antecipadamente para nos perdoar.

A vida de Oliver mudou quando encontrou quem lhe olhasse pelo que verdadeiramente era, e não por um pré-julgamento. E nós, no trato com as pessoas que estão ao nosso redor, estamos mais ocupados em amar ou condenar?

Se somos tão amados e perdoados por Deus, por que negar este mesmo ato de amor aos outros? Muitas pessoas, ao contrário, nos ferem e nos fazem mal… mas que sentido teria perdoar alguém que não precisasse de perdão? Nisto consiste a beleza deste ato, que transforma a lógica do nosso coração não no que o mundo espera de nós, mas sim no que o próprio Deus anseia.

Oliver Twist é um belo filme que fala de virtudes importantes, como a lealdade, comprometimento e gratidão. Um drama que retrata a pobreza financeira mas, também, espiritual. Um ótimo lembrete de que, às vezes, apenas um pouco de esperança já é capaz de mudar a nossa vida e a de quem está ao nosso redor.

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