Nesta quinta-feira, 7 de outubro, o Papa Francisco disse que declarará Santo Irineu de Lyon Doutor da Igreja com o título de “Doutor unitatis”, que significa “Doutor da Unidade”.
O Santo Padre comentou esta intenção com o Grupo de Trabalho Santo Irineu, um grupo de teólogos católicos e ortodoxos que realizaram um estudo conjunto sobre sinodalidade e primazia.
Papa Francisco declarará um novo Doutor da Igreja com o título de “Doutor da Unidade”
“Seu patrono, Santo Irineu de Lyon, que logo declararei Doutor da Igreja com o título de Doutor unitatis, veio do Oriente, exerceu seu ministério episcopal no Ocidente e foi uma grande ponte espiritual e teológica entre os cristãos orientais e ocidentais“, explicou o Papa Francisco.
Santo Irineu foi um bispo e escritor do século II, e é reverenciado por católicos e ortodoxos, famoso por refutar as idéias do gnosticismo e defender a humanidade e a divindade de Cristo. Ele será o primeiro mártir a ser declarado Doutor.
Os bispos norte-americanos votaram no ano passado a favor de Santo Irineu ser nomeado Doutor da Igreja a pedido do Cardeal Philippe Barbarin.
“Seu nome, Irineu, contém a palavra ‘paz'”, disse o Papa Francisco. “Sabemos que a paz do Senhor não é uma paz ‘negociada’, resultado de acordos concebidos para salvaguardar interesses, mas sim uma paz que reconcilia, que une na unidade. Essa é a paz de Jesus.”
O Santo Padre falou sobre sinodalidade e primazia durante seu encontro com o Grupo de Trabalho Santo Irineu, uma associação conjunta ortodoxa-católica do Instituto de Estudos Ecumênicos da Pontifícia Universidade Santo Tomás de Roma.
“Uma abordagem fecunda do primado nos diálogos teológicos e ecumênicos deve necessariamente se basear em uma reflexão sobre a sinodalidade. Não há outra maneira”, disse o Papa Francisco.
“Muitas vezes expressei minha convicção de que uma Igreja sinodal pode lançar mais luz sobre o exercício do primado petrino”. Este se refere à autoridade absoluta do Papa como pastor e governador com jurisdição imediata e direta sobre toda a Igreja.
O primado do bispo de Roma é uma das principais questões de desacordo que manteve os cristãos ortodoxos separados da Igreja Católica. Os ortodoxos orientais têm um modelo conciliar da Igreja, em vez de uma autoridade centralizada.