Papa Francisco fala sobre seus sentimentos em relação a Bento XVI em entrevista
Nesta semana, a agência de notícias Associated Press realizou uma profunda entrevista com o Papa Francisco. Na extensa conversa, o Santo Padre falou sobre o caso Rupnik, o sínodo alemão, a homossexualidade e a política internacional.
No entanto, um dos aspectos mais emocionantes da entrevista com o Papa Francisco foram suas palavras sobre Bento XVI. Confira!
[Leia também: Por que Bento XVI foi enterrado com o rosto coberto? Sacerdote explica!]
Papa Francisco fala sobre seus sentimentos em relação a Bento XVI em entrevista
Inicialmente, o jornalista perguntou ao Santo Padre como ele avaliava a instituição do pontífice emérito. “Bento era um cavalheiro, nunca perdeu seu senhorio e ao mesmo tempo se colocou no mesmo nível… Ao lado”, disse o Papa Francisco.
“A convivência foi, eu diria da parte dele, heroica. Porque não é fácil inventar uma convivência assim depois de mil anos. Ele foi muito generoso, muito amplo e é verdade que alguns quiseram usá-lo e ele se defendeu o máximo que pôde contra isso. E não tenho palavras para descrever a bondade dele. É um senhor, um daqueles senhorios à moda antiga.”
Em seguida, o Santo Padre refletiu sobre a ação inesperada de Bento XVI de renunciar ao papado e considerou que, apesar de se afastar de um cargo de autoridade, não podia ser totalmente livre.
“A experiência de Bento já dá origem aos novos papas que renunciam para se inserir de forma mais livre, porque ele ainda era escravo, entre aspas, de um papa, certo? Da visão de um papa, de um sistema, certo? Escravo no bom sentido da palavra. No qual ele não estava completamente livre, pois talvez quisesse voltar para sua Alemanha e continuar estudando teologia de lá. Mas ele fez de tudo para estar o mais próximo possível. E este foi um bom compromisso, uma boa solução.”
Por fim, em determinado momento da entrevista, o Papa Francisco abriu seu coração e expressou seus sentimentos mais íntimos sobre o Papa Emérito.
“Bem, perdi um pai e para mim ele era uma segurança diante da dúvida, de pedir o carro e ir ao mosteiro para perguntar. Perdi um bom companheiro”, disse o Santo Padre.
“Era um sentimento de veneração. serei mais ousado. Apesar de dez anos de diferença, eu o considerava um avô, com a sabedoria de avô, certo? Em outras palavras, uma experiência existencial. Ele me perguntava coisas e era muito, muito detalhado”, lembrou o papa.