O Pe. Bill Peckman é sacerdote da Diocese de Jefferson City, no Missouri (EUA). Hoje pastor na Igreja de Santa Maria, ele conta que nem sempre esteve tão perto assim da vocação, muito menos de Deus. “Em um momento da minha vida, eu era um agnóstico de fato”, conta ele, mas a experiência com a misericórdia divina e a confissão sacramental mudaram tudo. Confira este belo testemunho!

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“Eu era agnóstico, agora sou padre”; não deixe que o orgulho o impeça de se confessar

“Em nenhum lugar nos Evangelhos Jesus permitiu, olhou, ignorou ou encobriu os pecados de alguém.

Jesus nunca simplesmente deu um tapinha na cabeça de alguém e os enviou em seu caminho alegre, dizendo-lhes para não se preocuparem em se arrepender de seus pecados.

Em outras palavras, o Jesus que muitos inventaram e remendaram como um bicho de pelúcia enorme sentado lá e sorrindo um sorriso vazio, confortando-os sem julgar, não é o Jesus do Evangelho.

Tampouco é Ele os ‘pecadores nas mãos de um Deus irado’ que está apenas esperando que você peque para que Ele possa rir enquanto você cai no inferno.

Não. O Jesus dos Evangelhos é bem diferente. Ele é um Jesus nos chamando para nos afastarmos do pecado e abraçarmos a santidade. Ele deseja mostrar misericórdia. Ele quer perdoar. Ele sofre por aqueles que se colocam acima de Sua misericórdia.

Ele deixa claro que aqueles que não se arrependem de seus pecados ou desejam mudar se enganarão em Sua misericórdia e serão deixados com Seu julgamento.

Lembre-se, Seu julgamento é meramente uma afirmação das escolhas que fizemos. Quem escolheria ir para o inferno? Aqueles que não têm tristeza por seus pecados. Aqueles que se colocam além da misericórdia por orgulho ou desespero.

Cristo nos chama do pecado porque Ele nos ama. Ele conhece as feridas que o pecado deixa em nossas vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor. Ele conhece os danos profundos e as cicatrizes que resultam. Ele sabe que nosso pecado derruba todas as possibilidades de paz, alegria e, por fim, de amor.

Ele sabe que nosso pecado nos deixa ressentidos e desamparados. O Deus que nos criou não desejaria melhor para nós?

Em um momento da minha vida, eu era um agnóstico de fato. Eu não acreditava em um Deus pessoal. Eu tinha visto tanto pecado, escândalo e mágoa em meus anos de seminário na década de 1980, que não conseguia acreditar que um Deus que se importa poderia permitir tais coisas.

Durante quase quatro anos, perambulei por aquele deserto. Eu era o epítome da velha música do U2, “Eu ainda não encontrei o que estou procurando”. Quanto mais me afastava de Deus, mais perdido e abandonado me sentia.

Ao voltar à fé, um dos momentos-chave foi minha compreensão de que Deus permite nosso livre-arbítrio.

Tudo o que eu vi… todo comportamento escandaloso, todo ato de desumanidade, todo ato de violência – tudo se resumia a abraçar o pecado para obter ganhos egoístas. Eu estava fazendo isso também.

Percebi que Deus não era parte do problema e Ele não me respondeu. Não, eu era parte do problema e precisava responder a Ele antes de ter que responder a Ele.

Há menos momentos em minha vida mais catárticos do que quando me confessei e abri as comportas: as comportas da minha dor e as comportas da misericórdia de Jesus.

Foi então que comecei a entender que um deus que nunca me desafiou nunca seria um deus que me amasse.

Um Deus que me desafiou foi um Deus que me amou… um Deus que viu algo digno de redenção e salvação, mesmo que viesse com o sacrifício de Seu Filho.

Jesus é Deus que vê o que eu posso ser agora e na eternidade, e me desafia a viver isso. Ele dá Sua graça; então, cabe a mim usar essa graça.

Meus irmãos e irmãs: Não deixem que o orgulho nem o desespero os impeçam de confessar.

Não procure um falso deus que irá apaziguá-lo e acompanhá-lo diretamente aos portões do inferno. Não se engane pensando que não tem espaço para crescimento e não precisa de perdão.

A grande razão pela qual pedi aos Padres da Misericórdia que viessem pregar uma missão de misericórdia é porque eu, como pastor, quero ver a totalidade do meu rebanho no céu.

A ignorância intencional, o orgulho autodestrutivo e a indiferença serão a fonte de sua condenação eterna!

Ouça a voz de Cristo chamando você para esse vínculo de aliança familiar eterna. Seja como o leproso que diz a Jesus: “Senhor, podes me purificar se quiseres”. (Mateus 8,2)

Tenha certeza de que Jesus está esperando para dizer a você como disse ao leproso (e a mim naquele confessionário há tantos anos): “Estou disposto. Fique limpo!” (Mt 8,3)”

Jesus, eu confio em Vós!

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