A ideia da nossa Crítica Católica de Filme não é analisar de forma técnica e profissional, nem só falar de boas produções, mas também comentar sobre as que não têm muito a acrescentar (ou que podem até prejudicar) a nossa fé. Não queremos oferecer respostas prontas, e sim reflexões que te ajudem a buscar a santidade até na hora da diversão! Vamos nessa?
A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguística. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a força de sua família. Enquanto a relação de Alice com o marido John (Alec Baldwin) fragiliza, ela e a filha Lydia (Kristen Stewart) se aproximam.
Além de um belo trabalho de roteiro e montagem, o longa apresenta uma temática séria, que é o Alzheimer, de uma forma muito sensível e tocante, trazendo à tona não apenas o problema, mas toda a atmosfera de uma família enfrentando a doença.
O nome faz alusão à tentativa de Alice de permanecer sã, de não se perder no caminho e esquecer até mesmo quem é ou quem foi, algo que vai se tornando impossível à medida em que o estado de sua doença avança. Em alguns momentos, ela parece não encontrar mais forças para conviver com o Alzheimer, mas sempre termina amparada pelo amor de sua família.
Alice sempre quis que sua filha Lydia fosse para a faculdade, mas o fato dela não cursar nada para seguir o sonho de ser atriz acaba dificultando a relação das duas, que vivem discutindo. Então dos três filhos de Alice, Lydia era de quem menos se podia esperar uma relação de apoio e companheirismo. Por isso, é interessante ver como a relação delas vai se desenrolando com o passar do tempo e da doença.
A figura de Lydia é, talvez, a mais importante do filme, porque nos inspira no papel de filhos e mostra como divergências familiares se tornam pequenas quando encontramos nossos pais enfrentando uma grave doença.
E sobre isso, o Papa Francisco aconselha: “Honrar os pais: nos deram a vida! Se você se afastou dos seus pais, faça um esforço e volte, volte para eles; talvez sejam idosos… Deram a vida a você”.
E acrescenta: “o quarto mandamento diz ainda mais. Não fala da bondade dos pais, não requer que os pais e as mães sejam perfeitos. Fala de um ato dos filhos, independente dos méritos dos pais, e diz uma coisa extraordinária e libertadora: mesmo se nem todos os pais são bons e nem todas as infâncias são serenas, todos os filhos podem ser felizes, porque alcançar uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com quem nos colocou no mundo“.
Então mais do que um drama, o filme é uma história de superação; não da doença, porque ela não tem cura, mas de como a presença de pessoas que amamos, neste caso, especialmente os filhos e a família, pode fazer a diferença ao nos depararmos com uma situação difícil como a enfermidade.
E com certeza, há uma linda e importante reflexão deixada pelo filme: não deixemos para cuidar e amar nossos entes queridos apenas na dor ou no sofrimento, mas lembremos de fazer isto todos os dias.
Momentos difíceis sempre existirão, mas a diferença é como escolhemos passar por eles. A maior mensagem trazida por “Para Sempre Alice” é o amor. Amor por aqueles que nos amam e deram a vida por nós. Hoje. Porque amanhã… pode ser tarde demais.