O Papa Francisco enviou uma mensagem ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para saudá-lo e tornar conhecidos seus votos e orações ao povo americano. O democrata e sua vice Kamala Harris participaram nesta quarta-feira (20) da cerimônia de posse em Washington D.C., capital do país.
“Na ocasião da tomada de posse como o 46º presidente dos Estados Unidos da América, ofereço-lhe meus cordiais votos e a garantia de minhas orações para que Deus Todo-Poderoso lhe conceda sabedoria e força no exercício de seu alto cargo“, disse o pontífice. “Sob sua liderança, que o povo americano continue a se nutrir dos altos valores políticos, éticos e religiosos que inspiraram a nação desde sua fundação “.
“Num momento em que as graves crises que afligem a nossa família humana requerem respostas clarividentes e unitárias, rezo para que suas decisões sejam guiadas pela preocupação de construir uma sociedade caracterizada pela justiça e liberdade autênticas, sempre no respeito pelos direitos e a dignidade de cada pessoa, especialmente dos pobres, dos vulneráveis e daqueles que não têm voz“.
“Também peço a Deus, fonte de toda sabedoria e verdade, que guie seus esforços para encorajar o entendimento, a reconciliação e a paz dentro dos Estados Unidos e entre as nações do mundo para avançar o bem comum universal”.
E termina: “Com estes sentimentos, com agrado invoco sobre você e sua família e sobre o amado povo estadunidense a abundância de bênçãos”.
Biden: a favor ou contra os valores católicos?
Joe Biden torna-se agora o segundo presidente dito católico da história dos Estados Unidos. Durante a campanha presidencial, ele insistiu que sua política pessoal mantêm-se alinhada com o ensinamento católico.
No entanto, estas afirmações contrastam com sua postura de apoio ao aborto, sua oposição a várias proteções legais para a liberdade religiosa e sua posição favorável à ideologia de gênero.
Inclusive o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, o arcebispo José Gómez, transmitiu aos bispos do país que o governo do democrata apresentaria desafios à Igreja. E lhe preocupam especialmente as possíveis políticas contrárias à doutrina católica que ele poderia impulsionar.
“O presidente eleito nos deu razões para acreditar que seus compromissos de fé o impulsionarão a apoiar algumas boas políticas. Isto inclui políticas de reforma migratória, refugiados e pobres, contra o racismo, a pena de morte e as mudanças climáticas”, disse o arcebispo.