Durante a meditação no Angelus deste domingo (6), o Papa Francisco advertiu sobre o perigo da fofoca e disse que “o grande falador é o diabo, o mentiroso que tenta desunir a Igreja”.
Ele lembrou que o Evangelho do dia “fala de correção fraterna, e nos convida a refletir sobre a dupla dimensão da existência cristã: a comunitária, que requer a proteção da comunhão, a pessoal, que requer atenção e respeito a toda consciência individual”, disse o Santo Padre.
A forma correta de corrigir para não desunir como quer o diabo
Segundo o Papa Francisco, “Jesus sugere uma pedagogia de recuperação, dividida em três passos. Ele sempre tenta salvar. Em primeiro lugar, não anuncie o seu pecado. Trata-se de acudir o irmão com discrição, não para julgá-lo, mas para ajudá-lo a se dar conta do que fez. Este é um gesto de recuperação”.
“Não é fácil colocar em prática este ensinamento de Jesus, por várias razões. No entanto, pode acontecer que, apesar das minhas boas intenções, a primeira intenção fracasse.”
“Neste caso, não é bom se dar por vencido, lavar as mãos não é cristão, mas recorrer ao apoio de algum irmão ou irmã.”
“Ainda que possa parecer contra o acusado”, acrescenta o Papa, “na realidade, lhe serviu para proteger-lhe dos falsos acusadores. Mas Jesus vai adiante: as duas testemunhas não devem acusar nem julgar, mas ajudar. Esta é a atitude de recuperação”.
“Assim, Jesus tem em conta que esta aproximação às testemunhas também pode falhar, diferentemente da lei mosaica, em que duas ou três testemunhas eram suficientes para a sentença”.
“Existem coisas que não podem deixar outros irmãos indiferentes: é necessário um amor maior para recuperar o irmão. Mas às vezes até isso pode não ser o suficiente“. E então, diz o Santo Padre, em última instância, Jesus “nos convida a colocar de novo o nosso irmão nas mãos de Deus, só o Pai poderá mostrar um amor maior do que o de todos os irmãos juntos. Este ensinamento nos ajuda muito“.
“Quando vemos um erro no irmão, o primeiro que fazemos é fofocar. E a fofoca fecha o coração da comunidade, encerra a unidade da Igreja. O grande falador é o diabo, o mentiroso que tenta desunir a Igreja. Esforcemo-nos para não fofocar, a fofoca é uma peste pior do que a Covid“.